segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Flavia e João

O João mamou pela primeira vez, minutos depois de nascer, estávamos os três (papai, mamãe e bebê) na mini-piscina do parto (que no final não foi usada para o parto), quando a parteira falou que eu colocasse o João entre meus seios... enquanto ela ia explicando que essa era uma boa maneira de que ele encontrasse a “posição correta” mas que demorava um pouco para que o instinto blábláblá,... antes de acabar a explicação, entre cabeçadas e cabeçadas, o pequeno já tinha encontrado o caminho e desfrutava feliz do seu mamá.
Foi lindo! ... Mas me lembro dos ombros tensos, de não saber como segura-lo, de não ter certeza se ele tinha acertado a pega, se eu já tinha leite e outras tantas duvidas. As parteiras, me ajudaram a relaxar o ombro e os braços, conferiram a pega e me deixaram tranqüila e confiante.
Os 3 primeiros dias foram relativamente fáceis, eu seguia as dicas que tinha aprendido no curso pré-parto: amamentar a livre demanda, esvaziar primeiro um peito para oferecer o outro, que o momento mamar seja um momento relaxado, de preferência sem interferências externas, depois de cada mamada deixar secar o peito com algumas gotas do próprio leite... tudo ia bem...
As dificuldades começaram aparecer com a subida do leite, aqui na Espanha falam que quando o leite sobe os ânimos baixam, e depois de acontecer comigo, entendia um pouco o porque. Eu estava ligeiramente febril, meus peitos pareciam que iam explodir, estavam enormes, duros e doloridos, só de imaginar que era hora de amamentar de novo, meus olhos já enchiam de lagrimas, foi quando recorremos uma vez mais ao SOS Amamentação (as parteiras), eu queria comprar uma bombinha para retirar todo aquele leite que sobrava visivelmente, mas ela foi totalmente contra, porque ao tirar o leite, o peito aumenta a produção, pode aliviar durante um tempo, mas cada vez o peito enche mais... e me recomendou uma coisa muito curiosa, folhas de couve: separar as folhas, tirar o talo central amassar e colocar dentro do soutien, nos intervalos da mamada. E acreditem: Funciona! No dia seguinte os peitos voltaram a ter um tamanho (e uma consistência, haha) um pouco mais normal.
(para os assépticos compressa de água FRIA também ajuda).
Depois vieram as pequenas fissuras, o peito não chegou a rachar porque nos primeiros sinais de dor, eu sabia que alguma coisa estava errada, e mais uma vez pedi socorro e mesmo buscando soluções rapidamente foram 2 ou 3 dias de amamentar sentindo dor, (que difícil!) mas com a pomada (lasinoh) e variando as posições para acertar a pega, as fissuras foram cicatrizando e em pouco tempo já desfrutávamos desse momento de conexão única da mamãe e o bebê.

Já me disseram que tive sorte de nao ter leite fraco, do João gostar de mamar e de não ter tido maiores problemas. Eu, particularmente acho que essa "sorte" é fruto da nossa preparação para a chegada do João. De ter me informado antes do parto sobre o aleitamento, de ter aprendido e acreditado que a maioria da maioria das mulheres podem amamentar seus filhos, que não existe leite fraco, que o recém nascido necessita mamar frequentemente, que existem sim as dificuldades iniciais, e outros problemas, mas a MAIORIA desses podem ser solucionados e que amamentar pode ser extremamente prazeroso.

Outro fator importante foi que tive ao meu lado uma equipe campeã: meu marido, minha mãe, minha sogra e as parteiras que me apoiaram, me instruíram e que me deram o privilegio de estar tranqüila durante o primeiro mês do João, sem ter que me preocupar com nada alem de me alimentar, descansar, amamentar e maternar o meu pequeno Astronauta.



Amamentei de forma exclusiva e a livre demanda, até os 6 meses, quando começamos de forma gradual a alimentação complementaria. Quando ele tinha mais ou menos 9 meses começaram as sugestões de porque, como e quando desmamar, mas conseguimos superar essa crise, e seguir desfrutando do nosso momento 5 estrelas do dia.

Em resumo cada cabeça é um mundo e não dá pra agradar a gregos e troianos, amamentar ou não e até quando é decisão de cada um. O importante é que essa decisão seja tomada com consciencia, informação e responsabilidade.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Ana Paula e Béatrice

Hoje de manhã lí um post sobre amamentação que eu gostei muito, mais uma história bonita para nosso cantinho da amamentação.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Rebeca e João

Informação eu tive de sobra. Minha mãe é enfermeira e trabalhou anos com aleitamento materno, so...e não, ela não ficou dando mil conselhos e enchendo a paciência. Na verdade fui cuidada por uma amiga dela para não termos maiores problemas. Sempre quis parto normal, sempre quis amamentar. O parto normal não deu, João sentou aos 7 meses de gestação e nasceu de 8. Taquipnéia (é assim que escreve?) transitória do récem nascido, 3 dias de UTI neonatal, alimentação via sonda, icterícia. O meu leite desceu e eu fazia a ordenha manual e levava pra ele na UTI. Tomou o colostro mas não tinha fome porque também estava sendo alimentado via sonda. Quando saiu da UTI só queria dormir e as enfermeiras tiravam a roupinha dele (como podiam fazer isso?) e faziam cosquinha no pé para ele pegar o peito. Deu certo. Sapinho, bicarbonato no peito, rachaduras, dor, 1ª mastite, ah! esqueci o refluxo,kkkk. Livre demanda (ele chegou a mamar 15 vezes em um dia!) até 3 meses e aí começamos de 2 em duas horas suspendendo as mamadas de meia noite às 6. Juntou todo o trabalho doméstico, noites mal dormidas, natal e o meu leite quase seca. Descanso, líquido, paciência, 2ª mastite. Quando ele tinha 4 meses e não engordava a pediatra passou complemento de NAN AR e frutas. Eu não quis dar o complemento e dava um copo de NAN por dia, o resto era só peito e frutas. Magrelo até 8 meses e tchanan! Começou a engordar e não parou mais. Levou uma palmadinha na perna e parou de morder o bico dos peito da mamãe que já estavam quase caindo, kkkk. Quando ele tinha 1 ano e 1 mês na hora de mamar já não tinha paciência de esperar o leite descer e ficava irritado, além disso começou a tirar minha blusa em público. Decidi que tinha chegado a hora, conversei com ele e ele só me pediu peito mais 1 vez depois disso. Hoje quando mostro o peito ele ri, tipo, quê isso mãe! Resumo da ópera: amei amamentar apesar de tudo. Não foi fácil, nem a escolha de ficar exclusivamente com ele até hoje, mas...tem sido muito bom.
Agradeço a Deus por ter o privilégio de ter filhos deliciosos e a todos os que me apoiaram no trajeto.


Ps: às mães que estão preocupadas como o peito vai ficar depois de amamentar, prefiro meus peitos agora.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Alessandra e Isadora

Sempre quis dar de mamar até os 2 anos da minha bebê.
Antes de ser mãe, via as mulheres amamentando e pensava que era fácil, que o bebê pegava o seio automaticamente e começava a mamar.
Não entendia por que tantas mulheres reclamavam de dificuldades na amamentação.
Quando estava grávida, sentia dor nos seios. A sensação era de pele esticando, parecia que ia rasgar, um desconforto enorme que aliviava com uma pomada específica receitada pela obstetra. Procurava pegar sol e dava banhos de luz nos seios. Aos 8 meses comecei a usar conchas.
Isadora nasceu e a primeira coisa que fizeram foi colocá-la no peito para mamar. Ao contrário do que imaginava, ela não saiu mamando. Tinha que ajeitar, segurar o mamilo, colocar na boquinha dela, etc. Quando ela se mexia, soltava o seio.
Comecei a pedir informações para as enfermeiras e cada uma dava uma orientação diferente da outra me deixando mais confusa. Minhas dúvidas eram sobre tempo de amamentação em cada mama, quando trocar, como segurar o seio, como fazer com que ela não soltasse o mamilo e outras que nem me lembro.
Chegando em casa, as dificuldades continuaram e fui buscar na internet mais informações. Tentava colocar em prática e não dava certo: ela soltava o seio, não saía leite suficiente quando ela mamava, ao mesmo tempo as conchas enchiam e o leite ia fora; o leite endurecido fazia os seios doerem, os mamilos ficavam machucados. As conchas foram salvadoras, porque evitavam o contato da pele com o sutiã, permitindo a cicatrização. Minha mãe queria ensinar como fazer, só que o que ela dizia era diferente do que eu lia e preferi dar atenção às teorias. Outro motivo foi que eu queria fazer tudo sozinha, testar a minha maneira de ser mãe.
Só que o tempo passava e as dificuldades continuavam. Na consulta de 1 mês, ela havia perdido peso porque não estava mamando o suficiente, mesmo eu tendo muito leite.
Então resolvi dar ouvidos à minha mãe e, além disso, tirar leite e dar na chuquinha. A Isa mamava no seio e depois na chuquinha. Coloquei as teorias e dúvidas de lado, eu já as tinha demais. Fiz como minha mãe disse...e não é que deu certo? \o/ Não foi à toa que ela amamentou quatro filhos.
Logo Isadora e eu pegamos o jeito, deixei de dar leite na chuquinha porque ela mamava bem nos meus seios, recuperou o peso e daí em diante só engordou.
EM NENHUM MOMENTO DESISTI DE AMAMENTAR porque sabia do valor do ato para nós duas. Amamentação não é importante só para a criança, nem se resume ao aspecto nutricional. Ela fortalece o vínculo entre mãe e filha, cria uma intimidade única, dá conforto para o bebê,...é amor em forma de leite! O olhar dela pra mim quando mama desperta um sentimento impossível de expressar em palavras.

Foi muito difícil, e valeu a pena!

Hoje Isadora está com um ano e três meses e ainda mama no peito; não pegou mamadeira nem chupeta. Consigo amamentá-la onde e quando quiser, tamanha a prática que adquirimos. O leite está sempre pronto e na temperatura ideal, é prático demais!
Isa está começando a falar. Nas nossas conversas, antes de mamar brinco perguntando qual seio ela quer. Ela aponta com o dedinho gordo e diz: "exi!"

Então somos felizes!

Carol e Pequeno

Uma das minhas maiores preocupações durante a gravidez foi saber se eu seria capaz de amamentar o meu bebê. Afinal, se por um lado eu ouvia histórias lindas sobre a amamentação, por outro eu também era bombardeada por histórias que envolviam bicos rachados, mães chorosas e bebês famintos. Como seria na minha vez?
Meu filho nasceu de parto normal e sua primeira mamada ocorreu momentos após seu nascimento. A enfermeira veio me ajudar a posicionar corretamente a boquinha do bebê no seio e... zapt! Meu filho começou a sugar com uma voracidade que até me assustou. Tenho uma foto muito engraçada da cara de espanto que fiz nesse momento. Momento em que começou uma linda história de amor pós gravidez.
Posso dizer que tive muita sorte no que se refere à amamentação: meu filho teve facilidade para sugar e para pegar o seio corretamente, e eu não tive rachaduras nos seios, febres etc. Tive, sim, alguns percalços como seios muito cheios – que se tornam bem doloridos e que só aliviam após uma grande (e dolorida) mamada – e um bebê faminto na madrugada que se seguiu ao nascimento, quando o leite propriamente ainda não havia descido e o colostro claramente não conseguia matar a fome do meu leãozinho. Mas tudo foi resolvido com amor, paciência e a determinação de fazer dar certo, pois amamentar o meu filho sempre foi uma questão primordial para mim.
Hoje, 9 meses e meio depois dessa primeira mamada, continuo amamentando meu filho pelos menos três vezes por dia (já que trabalho fora) e valorizo imensamente esses doces momentos. O olhar do meu filho na minha direção, suas mãozinhas que teimam em mexer nos meus cabelos sem parar ou em me fazer carinho, o calor de seu corpo quentinho junto ao meu, a sensação de que por um breve momento voltamos a ser um só e estamos protegidos de qualquer coisa... tudo isso faz da hora das mamadas um momento muito especial do meu dia. Enfim, em se tratando de amamentação: eu apóio, recomendo e pratico!

História enviada por Carol

Cris, Luana e Lucas

Vou contar como tudo começou.
Eu só tinha 20 anos quando a Luana chegou em minha vida. Durante a gestação dela, tentei ler o máximo de livros que pude sobre amamentação.
Sempre achei que seria uma experiência mágica, de troca, de amor. E foi.
Na maternidade, ainda muito inexperiente sobre tudo o que me cercava, pedi que não fosse dado nada a Luana, enquanto ela ficava no berçário.
Luana chegou no quarto e nós duas não sabíamos muito como fazer, sinceramente. Luana parecia não ter fome, a pega não estava errada, ela simplesmente não pegava.
O que me deixava frustrada e pensativa, pois eu achava que eu estava errando. Antes que começassem as 'sugestões', meu marido comprou o bico de silicone, para o peito, e uma bombinha de extração, pois eu tinha leite demasiadamente e a pequena não estava ainda 'se lambuzando'.
Com 24hs de vida eu pensei: hoje ela vai ter que sentir fome. Já estava com os utensílios esterilizados. Meu marido baixou as luzes do quarto, e trocou as fraldas da pequena, para que ela despertasse bem. Logo ela começou a chorar, incomodada por estarem mexendo nela. Foi aí que, só com a fraldinha, coloquei ela encostada no meu corpo e a ajudei a encaixar bem a boquinha no bico (ainda com silicone). Ela começou a mamar. Que delícia. Eu fiquei emocionada. Esperava aquele momento, durante a gestação.
E, foi assim que começamos nossa história de amor e troca. Depois da primeira mamada, Luana começou a acordar para 'pedir o mama', mas quando eu tentava sem o bico de silicone ela não conseguia. Usamos ele por 7 dias exatos. Optei pela amamentação em livre demanda, não tínhamos horário fixo, sempre que ela pedia, ela tinha. Foram 6 meses de amamentação exclusiva. A pediatra respeitou a minha vontade de postergar a entra da de sólidos após o 6º mês. Ela crescia e engordava muito bem.
Depois do 6º mês, ela continuou mamando no peito, sempre que solicitava. E comia bem as frutas e papas salgadas.
E rolou com muita naturalidade a nossa experiência. Ela mamou até os 13 meses, quando eu parei de produzir leite em grande quantidade. Até fiz alguns estímulos, mas ela mesma desmamou sozinha. Sentia falta das nossas mamadas, mas ela não tinha mais interesse. Respeitei.
Quando ela tinha 1 ano e 11 meses, descobrimos que teríamos outro bebê. A idéia continuava a mesma. Nada de leite artificial na maternidade, leite em livre demanda, sem rigidez de horários e até o 6º mês exclusivamente.
Mas, não deu certo. Lucas nasceu e novamente minha vontade foi respeitada, ele só mamou no peito. Não precisamos do bico de silicone para nos auxiliar. Porém, com 1 mês de idade, foi diagnosticado com refluxo intenso. Começamos com as medicações e seguimos com o peito, mas não resolvia, ele continua com muito refluxo. Trocamos as medicações, mas nada o ajudava. Mudávamos o jeito de dar mama, de pegá-lo. E ele continuava colocando toda a mamada pra fora, e depois chorava muito. Com 1 mês e 15 dias ele entrou com NAN AR, infelizmente. Melhorou muito. E seguia mamando no peito.
Mas, como a frequência do NAN deveria ser maior que o peito, para que voltasse menos leite e ele conseguisse ganhar o peso adequado, com 3 meses e 15 dias ele desmamou. Não queria mais meu leite, e eu já não tinha muito leite para oferecer.
Agora, estamos tentando nosso 3º bebê e seguimos com a idéia de que o melhor para o bebê é o leite materno, amamentar é um ato de amor. É uma das melhores sensações que já experimentei. E, com certeza, terei oportuinidade de experimentar novamente, exclusivamente, livremente.
Eu amamento, porque eu amo.



História enviada por Cris - mãe dos Lus-

Dani e Nina

"Acho que as enfermeiras que acompanharam os primeiros dias da Nina na maternidade devem se lembrar de mim até hoje.
Moro em uma cidade do interior de São Paulo e por aqui não tem alojamento conjunto para mães e bebês. A gente fica no quarto e os pequenos no berçário, onde são amamentados com leite artificial até que a mãe se recupere do parto, na sua maioria são cesáreos.
Já sabendo disso, pois o papai da Nina é médico, montei um verdadeiro esquema de guerra para conseguir amamentar a pequena, desde suas primeiras horas, com leite materno.
Alistei minha mãe, meu marido, minha irmã, para ficarem de olho na Nina enquanto eu me recuperava da anestesia (sim...também fiz cesárea...mas isso é história para outro dia...) e PROIBI EXPRESSAMENTE E POR ESCRITO o fornecimento de leite artificial para minha filha.
Recebia algumas caras feias por isso, e também fiz cara de brava algumas vezes, mas não desistia: Nina só iria mamar no peito.
E como foi bom quando me trouxeram ela pela primeira vez. Me emociono muito só de lembrar daquela pequenininha ali, mamando, de roupinha branca e laço vermelho no cabelo.
Achei que fosse mais complicado dar de mamá. Mas, não, para mim as coisas correram bem. Ela pegou direitinho logo na primeira mamada e seguiu assim, até o dia que decidiu trocar o peito pela mamadeira.
E este dia foi triste, porque eu não queria desmamar dela.
Confesso que sinto vontade de amamentá-la até hoje. Mas com quase 1 ano, Nina não se interessa mais pelos peitos...apesar de eu sempre oferecê-los para ela. Até ganhei algumas mordidas nos bicos dos seios esses dias!
Amei amamentar.
Não vejo a hora do tempo passar para, daqui uns três anos, eu repetir tudo de novo com o irmãozinho que vamos preparar para a Nina.
Fim.

História enviada por Dani, mãe da Nina de 1 aninho."


*** Interrompemos a programação normal das histórias do SMAM 2009, para mandar um beijo carinhosissímo para a aniversariante mais fofa e linda do dia a Nina.
Parabéns princesa! e Parabéns também pros papais, Dani e Marcão por esta data tão especial. Muitos beijos.
Flavia e João

Dany, Naty e Luana

já estou morrendo de saudade...
Luluzinha "abandonou a vaquinha mamãe", por si!

Apesar da saudade, estou muito feliz por ter sido um desmame gradual , tranquilo e por vontade dela!
Fico muito grata por ter tido o prazer de amamentar as minhas duas filhas, Naty por 9 meses e Luana por pouco mais de 7 meses, sendo que desses 7, seis de leite materno EXCLUSIVAMENTE.
Creio que a amamentação, além de todos os benefícios tão conhecidos, é uma das coisas mais prazerosas da vida... eu diria, plagiando a mim mesma - também é um encontro com Deus!

Minhas filhas, um dia, serão mães.
Desejo que possam sentir a mesma emoção que senti a cada gota de leite transbordada do fundo do meu coração !

Fica a sensação maravilhosa de missão cumprida. De ter sido possível transmitir tanto amor através de um ato que só nós entendemos. Fica a lembrança daqueles olhinhos inocentes à espera do nosso alimento, do nosso acalanto, do nosso amor!

Fernanda e Isabela

Minha segunda filha nasceu e eu tinha muitas expectativas em torno da amamentação, embora a experiência com a mais velha tenha sido positiva (mamou exclusivamente por 6 meses e depois até 1 ano e 4 meses)!
Já nos primeiros dias, algo parecia estar errado: Isabela golfava até o colostro e engasgava muito nas mamadas. O leite veio com muita força, tive hiperlactação e reflexo de ejeção forte.
Aos poucos fui aprendendo a lidar com o reflexo de ejeção e a produção foi se normalizando.
Mas a cada dia, Isabela vomitava mais e mais, a irritação após as mamadas aumentavam e outros sintomas foram surgindo: diarréia e muco nas fezes, dermatite atrás das orelhas e nas dobras, vômitos em jato, mesmo adotando todas as medidas posturais.
Com 20 dias caiu a ficha de que o leite de vaca poderia estar por trás de tudo. Eu era a própria bezerra, consumia bastante leite e derivados diariamente e num primeiro momento, cortar leite parecia ser impossível. Mas a gente logo percebe que o mundo não é feito de leite e que existem sim, muitas opções.
No início tive um pouco de dificuldades com rótulos, cheguei a comer biscoito de água e sal, achando que era inocente, ou mesmo dar uma lambidinha na tampa do iogurte. Mas os vômitos da Isabela denunciavam a escorregada.
O aviso principal veio com toda força aos 23 dias quando apareceu sangue vivo nas fezes. Nada mais desesperador. Marquei a gastropediatra.
Com 25 dias fomos na consulta, ela, após ouvir a história, praticamente fechou o diagnóstico, querendo apenas afastar a possibilidade de infecção. Pediu vários exames de fezes (coprocultura, alfa 1 antripsina fecal, elementos anormais nas fezes - hemácias, leucócitos e substâncias redutoras - e sangue oculto - anti HB-humano) e indicou a dieta (acrescentando soja, carne bovina e ovo) e as medidas posturais para o refluxo.
Fizemos os exames (alterados), mas sem infecção, o que fechava de vez o diagnóstico junto com a dieta. Além disso, comi mais alguma coisa com leite (um biscoito) e foram mais 5 dias de sangue nas fezes em cada evacuação.
Continuei amamentando em livre demanda e exclusivamente, a Isabela não vomitava mais, no entanto continuava com diarréia e muco nas fezes, e dermatites. E continuava muito irritada após as mamadas. Foi então receitado remédio para o refluxo (que tomou por 3 meses), além de uma maior restrição na dieta, que depois aos poucos fui voltando a comer.
Apesar desse começo complicado, ela ganhou 2 quilos nos 2 primeiros meses.
Aos 5 meses, uma bobeada no rótulo, comi alimento com leite e mais uma vez, cólicas, sangue e muco nas fezes.
Repetimos os exames, e estavam piores que os primeiros, para meu desespero. A Dra. Sheila me tranquilizou, dizendo ser esperado, e que eu mantivesse a dieta e me orientou para a introdução dos sólidos com 6 meses.
A introdução dos sólidos foi super problemática: primeiro porque minha filha detestava comida! Segundo, porque ainda estava sensibilizada e tudo era uma caixinha de surpresas. E depois, sempre tinha algo para atrapalhar: uma vacina, algo que eu podia ter comido, alterações na rotina.
Nessa época, foi prescrito o ferro e Isabela não tolerou, mesmo eu dando 1 gota por dia e aumentando a dose aos poucos. Voltou o refluxo e precisou de mais 2 meses de medicação.
Teve pneumonia aos 7 meses e meio, tomou a vacina prevenar aos 9 e teve forte reação alérgica.
O coco continuava com aspecto péssimo, os exames ruins, e a Dra Sheila pedindo para eu manter a dieta e seguir vagarosamente na introdução dos sólidos. Toda vez que algo desse errado, voltar e continuar. Era importante sempre andar para a frente, mas dar uns passinhos para trás de vez em quando.
Com 10 meses, finalmente, passou a ter um coco com aspecto normal e os exames finalmente normalizaram (com exceção do alfa 1 que piorou muito, mas a Dra Sheila também me tranquilizou, pois era um resultado isolado e segundo ela sem valor). Teve uma recaída na diarréia que durou quase 1 mês, a causa não descobri, mas desconfio de migalhas pelo chão ou mesmo uma virose.
Nesse período, tive momentos enlouquecedores, chorei muito, dividi minhas dúvidas e tristezas e também alegrias com minhas amigas virtuais, já que os reais me acham louca e alguns heroína.
A dieta teria sido muito mais difícil não fosse a facilidade de hoje encontrar alguns produtos isentos de leite e soja que facilitaram muito minha vida, como bebidas à base de arroz, chocolates e achocolatados sem leite e soja, entre outras coisas.
Com 1 ano comi acidentalmente um pedaço de queijo e voltamos a ter sangue oculto positivo, o que adiou qualquer tentativa de reintrodução para 2 anos, pelo menos.
Por outro lado, tivemos sucesso na reintrodução de carne e ovo na alimentação, além dos cítricos e a dieta ficou restrita a leite e derivados e soja.
Ela hoje está com 21 meses, se recuperando da anemia em razão do sangramento intestinal, se alimentando bem, esperta, brincalhona e participativa. Continua mamando e não tem data para parar!

E hoje, olhando para trás, vejo que as coisas já foram piores, indefinidas. Mais do que nunca, vejo que é preciso muita paciência, cautela, cuidado e observação. Ainda temos um longo caminho pela frente, mas com certeza, as coisas vão ficar melhores a cada dia!


História enviada por Fernanda, mãe de Clara e Isabela

para ler o relato da Clara, passem .

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Conheci o blog da Fernanda, buscando na net textos do livro "Mi niño no me come" do Carlos Gonzalez. Foi admiração a primeira leitura, achei importante ter um relato dela aqui na nossa campanha e escrevi um e-mail pedindo que ela me enviasse sua história.
Vale a pena conferir AQUI a bonita campanha que ela está fazendo, reunindo lindas e emocionantes histórias de mães que amamentam bebês com alergia.
Obrigada Fernanda e Parabéns a todas as mamães que amamentam seus filhos com alergia alimentar.

Fê e Luiza

Para mim amamentação era um processo natural, que acontecia, a criança nasce e mama. Ponto. E assim vai até quando a mãe acha melhor passar para outro leite. Achava que o normal era até um ano...ou menos!
Quando engravidei comecei a pesquisar também sobre amamentação e a escutar alguns relatos de mães angustiadas, com fissura, pouco leite, dores e etc. Então passei para o estagio de como preparar o seio para a amamentação...era sol, buchinha, até passar limão eu vi..o que eu fiz??? NADA...por preguiça...por falta de onde tomar sol sem blusa..por tudo e por nada...resolvi deixar a coisa acontecer. Só sabia que queria amamentar! Que minha filha mamaria exclusivo até o sexto mês! E que depois eu pensaria em um prazo para ela largar o peito.
Foi durante as pesquisas que eu também percebi que a grande maioria não consegue nem os seis meses exclusivos, muitas tem que complementar e que a maioria é sim levada a acreditar que tem pouco leite, ou leite fraco, assim como muitas são enganadas na hora do parto e lavadas a cesarianas desnecessarias.
Então o que fazer para não ser enganada no quesito amamentação???
Achar um pediatra que REALMENTE acredite e apoie a amamentação, que não venha com história de suquinhos ou frutinhas com 4 meses! Que se a mãe tiver problemas, vai apoia-la, ensina-la exercicíos, massagens, posições que ajudem aumentem a produção e não de cara receitar o leite artificial. E foi isso que eu fiz..a unica coisa, ter um pediatra que entende que a amamentação é muito mais do que apenas alimentar....
Assim que a Luiza nasceu veio para o peito...não mamou de cara...mamou uma hora depois...e ai mamou MUITO, acho que ficou umas duas horas grudada no peito e foi simplesmente PERFEITO.
É claro que nos 15 primeiros dias eu sentia uma dorzinha na hora da pega, mas que logo passava e depois desses 15 dias nunca mais doeu.
A Luiza mamou em livre demanda até 1 ano, foram 6 meses de amamentação exclusiva e nos 6 meses seguintes fui tentando introduzir os alimentos, mas ela não queria nem saber, só queria saber de mamar..mamar...mamar!!! Então foram quase 1 ano de amamentação exclusiva e em livre demanda. Foram muitas tentativas de introdução alimentar, se tivesse me dito que a mãe ficando de ponta cabeça a criança comeria....eu teria ficado...dei comida amassada, triturada, com tempero sem tempero, deixei ela brincar ..se sujar ...e nada de comer.
A parte mais dificil da amamentação para mim foi essa, foi ter que limitar as mamadas, para ela poder comer, pois ELA (e aqui eu quero abrir um parenteses e dizer que muitas crianças mamam em livre demanda e comem super bem) não comia e eu estava ficando muito cansada, pois para ela se satisfazer estava mamando quase que de hora em hora (era uma meninona de 10 kilos).
Então 1 semana após seu aniversário começamos a colocar horarios nas mamadas e um dia antes eu conversei muito com ela a noite, explicando o que eu ia fazer que era para o nosso bem, que eu iria continuar dando mama, mas que ela ia abrir o seu mundo para novos sabores. E para minha surpresa ela começou a comer no dia seguinte, não sei se foi a conversa...mas durante toda aquela manhã ela não pediu para mamar e na hora do almoço comeu um pouquinho...e assim tem acontecido desde então. Não é facil ainda...mas ela come e cada vez que ela come tudo, ou come uma fruta inteira é uma vitória e o mais legal é que ela come coisas bacanas saudáveis, nada de conservantes, corantes, produtos industrializados ou porcariadas, ela come comida DE VERDADE!!!
Quando me questionam se eu não acho que a livre demanda atrapalhou a introdução alimentar, eu até acho que no caso da Luiza possa ter atrapalhado, mas acho também que ela não estava pronta para comer, com 6 meses ela não queria comer...talvez com 8....9 meses...
O que eu sempre digo para as mães que tem esse mesmo problema (crianças que não comem) ...é para sentir a hora certa de fazer a introdução alimentar...6 meses..não é uma data magica que de um dia para outro a criança vai estar pronta para comer..talvez esteja um pouco antes...talvez esteja um pouco depois, eu sentia que a Lu não estava pronta, mas tinha tanta gente fazendo pressão para ela comer alguma coisa..que acabei cedendo. Hoje seguiria meu coração e esperaria mais um pouco.
Para mim a hora da amamentação, é a hora que voltamos para um mundinho só nosso, exclusivo, voltamos para o útero, é um momento de amor, de doação! E hoje, muitas vezes durante a amamentação, ela para de mamar e vem me dar um beijo, assim...do nada...um beijo de agradecimento por aquele momento nosso!
Muitas pessoas me questionam até quando vou amamentar minha filha, a verdade é que eu não sei! Sei que pelo menos até os dois anos eu gostaria que ela mamasse...afinal é o que a OMS recomenda, mas também sei que não vou ter coragem de tirar dela. Espero que ainda demore...ainda quero amamenta-la muito, quero engravidar..ter outro filho e amamentar os dois!

Estou deixando acontecer....na esperança ....que quando estiver pronta....ela me desmame!!!



História enviada pela Fê, a mamãe da Luiza

Fernanda e Pitoco

Quando Pitoco foi entregue a mim para ser amamentado pela primeira vez, a enfermeira me ajudou a encaixar o mamilo na posição correta na boquinha dele, para não me machucar. Ele sugou, sugou, mas não saía quase nada, já que o colostro (este leite inicial) é difícil mesmo de sair. Daí resolvi dar a outra mama, só que sem a ajuda da enfermeira. Deixei que ele pegasse o mamilo sozinho e... machucou! Machucou mesmo! Saiu sangue, ardeu e senti dor, sim. Mas aguentei firme. Ficava pensando: é só no comecinho, depois a dor vai passar. E passava!

Com o tempo, fui aprendendo que a pegada certa é aquela que o mamilo fica bem no meio da boquinha, ele não pega muito nem em cima, nem em baixo. Vai no ponto! Difícil de entender, não? É simples: preste atenção em você e em seu bebê. Veja o que é melhor para os dois e, se no começo parecer difícil, diga para si mesma: é só no comecinho, logo, logo, vai passar e será maravilhoso!

Muitos me falaram isso e aquilo sobre amamentação. Filtrei tudo, prestei atenção em meu bebê e hoje, aos 9 meses, Pitoco mama pelo menos 5 vezes ao dia. E eu adoro! Ele, então... mama até em pé! Eu sento e se colocar o mamá para fora, ele vem e... ZAZ... pega o mamá em pé mesmo. Mas a posição que ele mais gosta é deitado na caminha, eu juntinho, deitada também. Uma posição que os pediatras normalmente não recomendam, mas que caiu como uma luva para nós dois. Por isso, sempre digo que informação é essencial, mas prestar atenção no seu filho e entender suas necessidades particulares, é vital.

Boa mamada para todas!

História enviada pela Fernanda, mãe do Pitoco, do blog Mãe de garoto

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Letícia e Laura

Amamentar a Laura foi como eu esperava? Não! Definitivamente não! Foi muito mais intenso do que isso, embora muito mais curto do que eu gostaria. Acho que a minha história pode ajudar muitas mães que estão voltando ao trabalho e não sabem como continuar amamentando.

A Laura nasceu aos 7 meses e meio de gravidez, mas como tinha uma irmã gêmea era realmente muito pequena, tinha apenas 2,025 kg. Eu cheguei a entrar em trabalho de parto e, por isso, menos de 24 horas depois estava com o peito lotado de leite, mas ela ainda estava na UTI Neo-Natal e amamentar era difícil porque nos primeiros dias ela não tinha muita força, seu peso tinha baixado para 1,7 kg no pós-parto. Foram sete longos dias até ela sair da UTI, mas foram apenas sete dias para ela superar a marca dos 2kg e podermos leva-la para casa. Essa rápida engorda, foi com leite materno.

No entanto, quando ela tinha apenas dois meses e meio e ainda era muito pequena por conta da prematuridade, tive que voltar ao trabalho e deixá-la no berçário. Não queria parar de amamenta-la de forma alguma. O primeiro passo foi conversar com o chefe e explicar a ele que enquanto ela ainda dependesse de mim para se alimentar, eu entraria mais tarde, sairia mais cedo para o almoço e sairia mais cedo no final do dia para intercalar o expediente entre os horários de mamar da Laura. Proposta aceita, comprei uma bombinha elétrica que já esteve emprestada a algumas amigas também e passei a fazer um estoque de leite no congelador.

Foi aí que a Nereide Tolentino, dona da Casa da Vovó, me deu uma super dica: não vamos usar mamadeira para dar o seu leite materno no horário das três da tarde. Hein? Como não? “Vamos usar aqueles copos de aprendizado com bico valvulado que exige que a criança faça força para mamar e evitará que ela deixe de mamar no peito”. Ela me explicou que a mamadeira goteja na boca do bebê e, com isso, ela fica preguiçosa e não vai querer fazer força para mamar no peito.

Adoramos a idéia, compramos os copos e consegui amamentar a Laura até os sete meses, quando realmente com o ritmo de trabalho acelerado e as noites mal dormidas, meu leite diminui até secar e tivemos que aderir ao leite em pó. Foi aí que ela pegou seu primeiro resfriado.

Minhas dicas finais para quem quer amamentar e tem que voltar a trabalhar são:
1) Negocie com o chefe os horários de amamentação e trabalho
2) Procure um berçário pertinho do trabalho para que possa correr até lá nesses intervalos
3) Compre, alugue ou peça emprestado uma bombinha elétrica (a manual não extrai em volume suficiente)
4) Após cada mamada, tire todo o leite de ambos os seios com a bombinha para garantir o suprimento nos momentos em que não conseguir estar presente fisicamente

Por Letícia Volponi
Pelos Cotovelos e Cotovelinhos

Ligia, Bernardo e Laura

Sempre quis amamentar. Eu havia feito mamoplastia de redução aos 25 anos e o cirurgião me garantiu que eu poderia amamentar. Todos os médicos foram unânimes em dizer que não havia problemas. Meu obstetra nunca olhou minhas mamas nem tocou no assunto amamentação. Quando meu casal de gêmeos veio ao mundo com apenas 33 semanas de gestação foram levados às pressas para UTI. Quando me recuperei parcialmente da anestesia fui vê-los e estavam com sonda se alimentando com pré-nan. Eu não podia segurá-los pois estavam em incubadoras, só podia tocá-los pela portinhola.
Fui orientada a procurar o banco de leite da maternidade. Lá a enfermeira constatou que não tinha colostro e me mandou para o quarto ficar massageando as mamas. No outro dia, a mesma coisa. Até que implorei que me deixassem usar a bombinha. A bombinha tirara um dedinho de colostro que as enfermeiras prontamente jogavam no lixo.
Eu tive alta e meus bebês ficaram. Decidida eu estava no banco de leite todos os dias durante o período de internação deles. Após uma semana tirava 30ml de leite por dia na bombinha e meus bebês mamavam 40ml cada a cada três horas. Desesperada tomava litros de água e passava o dia no banco de leite sendo sugada pelas bombinhas até me machucar.
As enfermeiras me desestimulavam, pediam que eu fosse menos vezes ao banco de leite, ou davam receitas infalíveis para aumentar o leite: tomei de tudo: ocitocina, plasil, chá da mamãe, suco de milho, canjica, litros e mais litros de água.
Enquanto isso, as mães ao meu lado tiravam garrafinhas e garrafinhas de leite e se orgulhavam e auto-elogiavam. Eu encabulada só sabia chorar no banheiro. Nessa época as crianças já mamavam 60 ml e as enfermeiras “esqueciam” de levar meu leite até a UTI neonatal porque não valia a pena. Virei assunto entre as mamães da UTI que me olhavam com aquela cara de piedade.
Os bebês saíram da incubadora e passaram a ser treinados pela fonoaudióloga com a mamadeira. Ainda não tinha força para sugar e não podiam ir ao peito. O que não descia pela mamadeira, ia pela sonda. Dias depois começamos o treinamento no peito. Só um pouquinho as enfermeiras diziam para não cansar os bebês. Os pequenos realmente se cansavam e só dormiam no peito. Mas ali rodeada de enfermeiras parecia tudo perfeito, um sonho. Elas seguravam a cabecinha deles, abriam a boquinha. Era muito bom e eu estava felicíssima
Até que mandaram os bebês para casa com uma receita de nan e desejos de boa sorte. Fui aí que eu e meus gêmeos descobrimos o pesadelo da amamentação. Eles não mamavam, choravam de fome. O leite era insuficiente, eles tinham pega fraca. (des)Orientada pelos pediatras voltei a fazer tudo de novo: plasil, chá de alfafa, massagem, bico de silicone, concha rígida. Ouvi absurdos e absurdos de médicos, da sogra, da cunhada. Eu ligava para os grupos de apoio, ligava para a maternidade e só ouvia o mesmo, mexe no pezinho deles, molha a cabecinha, toma bastante água, ou seja, apoio verdadeiro nenhum.
Até que decidi que eu queria ser feliz com meus filhos e passei a dar só LA. Hoje eles estão fortes, saudáveis, comem papinha, ganharam peso e são lindos e loucos por mim! e pelo pai, que deu muita mamadeira de Nan durante a madrugada.


História enviada por Ligia

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Mari e Alice

:: Amamentação mista e relactação

No primeiro mês a Alice quase não ganhou peso. Magrelinha, parecia um filhote de passarinho. Eu não sei até hoje qual foi o problema, preguiça de fazer força da parte dela ou falta de leite da minha parte (será possível? Meu leite esguichava a cada 2 horas no começo...). O fato é que ela passava hoooooras pendurada no peito e engordava quase nada. Provavelmente uma coisa levou a outra: por não sugar com força, ela não estimulou a produção de leite, aí mamou pouco, aí ficou fracote, aí sugou com menos força ainda, aí o leite diminuiu mais, e assim a coisa foi, num desastroso e lacrimoso efeito bola de neve para mãe e filha. Eu tentei absolutamente tudo pra aumentar o leite: litros de água, chá da mamãe, suco de uva, tintura de algodoeiro, Plasil, Motilium, meditação e reza braba. Neca – eu usava a bombinha e tirava no máximo 10ml. Lágrimas, lágrimas (escondidas - porque eu tenho que manter a minha fama de má!).

Então a médica disse o que eu mais temia: vamos complementar com Nan. Oh God! Nan é o pesadelo das xiitas da amamentação, e eu era uma delas, imaginem o golpe. Derramei mais algumas lágrimas mas me convenci de que era o melhor para a Alice. OK, preparem as mamadeiras que nós vamos botar essa menina na engorda, custe o que custar.

Na primeira mamadeira, ela arregalou os olhos e mamou como se não houvesse amanhã (ui! facada no peito dessa mãe e seu leitinho mirrado). E aí vem a coisa chata: ela resolveu que a mamadeira era muito mais legal que os peitos (claro, o leite vinha com o mínimo esforço) e virou a cara pra eles. Eu já me preparava pra enxugar um dilúvio de lágrimas quando veia da Tatá a dica salvadora: relactação.

É basicamente o seguinte: você usa a mamadeira como copo, coloca dentro do leite um caninho (sonda número 4, comprada em farmácia) e a outra ponta do caninho coloca do lado do bico do peito, dentro da boca do bebê. Ela mama no peito e o leite da mamadeira vem junto. Assim, ó (na falta de foto resolvi dividir com vocês os meus dotes no paintbrush):

quando for pra valer, cuide para que o outro braço esteja apoiando o bebê, ok? achei muito difícil desenhar essa parte...

Assim o bebê não larga o peito, e a sucção ainda ajuda a estimular a produção de leite. Funciona super bem para mães que adotaram e querem amamentar – muitas chegam a ter leite usando essa técnica. Ok, no nosso caso nunca foi uma fartura, mas paciência. Esse pouquinho de leite materno que minha filha mamou deve ter servido pra alguma coisa, porque ela tá crescendo gorducha e saudável. Fora o vínculo, o contato físico e aquela coisa toda que é tão ou mais importante do que o leite em si. Pra mim, a tal sondinha foi fundamental. Aprendam e divulguem, porque muita gente pode precisar dessa dica!

Clique aqui para saber mais (e ver fotos decentes).

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História roubada da Mari, do Pequeno guia prático para mães sem prática

* Pedi autorização pra Mari pra postar aqui essa super dica. Porque eu, que me achava super entendida do tema, desconhecia totalmente essa técnica até que lí esse post lá no guia prático.
E achei importantíssimo divulgar. Então fica a dica pra encerrar essa semana de campanha.

E falando nela, ela diz que manda beijos e que está quase voltando.

Obrigada e beijos!

Mari e Ana

A Mari, que ainda não tem história própria de aleitamento para contar, porque a Ana ainda mora na barriga, fez um post muito legal sobre informação e decisão consciente.
Amamentar ou não amamentar, e como?
Aqui

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terça-feira, 4 de agosto de 2009

Maria Tereza e Marina

Tenho acompanhado estes depoimentos e me sinto excluída deste mundo. Assim como a Paloma, NÃO CONSEGUI AMAMENTAR. Também sofri e me fizeram sofrer. Meu caso não foi tão difícil quanto ao dela. Eu não tinha em mente radicalismo da amamentação. E nem achava a mamadeira coisa de mãe desnaturada. Com dez dias de vida, minha filha também não tinha engordado. Chorou de fome por dias. E eu chorava de dor nos seios feridos que sangravam. Este sangue saía nas fezes. Estava nas fraldas. Entretanto a prioridade era do bebê que deveria engordar. E amamentar com dor e sofrimento não fazia bem nenhum. “Antes uma mamadeira feliz que um peito chorando”, conselho de uma tia psicóloga. Meu obstetra disse-me que uma boa mãe não se resume no fato de amamentar ou não. E eu poderia ser uma boa mãe, mesmo sem amamentar. E com isto aliviei-me. E partir daí, meu marido pode me ajudar mais efetivamente. E afetivamente também, pois participou de uma etapa exclusiva materna. É, mamadeira também pode ser dada com muito carinho. E acredite, fez um bem enorme a nós todos.
Longe de mim, fazer apologia à mamadeira. Mas se este for o seu caso, não se culpe e nem sofra. O importante é a serenidade da mãe. A mamadeira exige seus cuidados, esterelização correta, a fórmula específica, etc e tal. As campanhas de amamentação são importantíssimas num país de gente pobre, sem instrução e condições, como o Brasil. E a não amamentação não é uma opção. E se for, não pode ser tratada de maneira preconceituosa. E sim respeitosa.
Hoje minha filha é uma criança saudável com ótima imunidade. E muito muito feliz. E se eu for começar tudo de novo, ainda quero amamentar. E se não der, não deu. Serei feliz do mesmo jeito.

História enviada por Maria Tereza

Marilyn, Kauê e Sofia


Tenho dois filhos, um de 13 anos o Kauê e agora uma bebezinha de 6 meses a Sofia.
O Kauê nasceu quando eu tinha apenas 17 anos através de uma cesariana. Eu recebi um incentivo muito grande para a amamentá-lo já no hospital, e me lembro muito bem da sua primeira mamada.
Ele chorava muito no hospital, eu novinha, com uma dor absurda no corte da cirurgia e ainda tendo que amamentar.
Chegamos em casa eu tive mastite, febre alta, os bricos racharam, foi horrível, não queria mais amamentá-lo, eu dizia que era algo muito pesado pra mim.
Na época, uma tia de São Paulo veio ficar uns dias com a gente e hoje eu dou graças à Deus por ela, porque foi ela que nos ajudou a prosseguir na amamentação.
Ela curou a minha mastite, comprou uma pomada para as rachaduras e em alguns dias estávamos bem... Não foi nada fácil, mas conseguimos seguir com o aleitamente até ele completar 1 aninho,
mesmo com complemento.
Pra mim foi um grande sucesso, pois sozinha, solteira e nova foi um avanço.
Quando engravidei da Sofia a única certeza que eu tinha era que iria amamentá-la pelos menos uns dois anos.
Eu fiz sim um relato de parto da Sofia, por ter vivido o maravilhoso desafio da VIDA, o de parir naturalmente, mas nada se compara com os 203 dias, 10 de julho, dia esse que a Sofia chega nos seis meses de idade, alimentada única e exclusivamente pelo leitinho da mamãe. Sim, leite do peito somente! Quanta alegria. Sofia chegou dia 10 de janeiro às 20:26h, após 8 h e meia de trabalho de parto. Meu leite desceu rapidamente, tiive fissuras, rachaduras, doeu alguns dias e passou. Ela acertou a pega num piscar de olhos desde a sua primeira mamada. Estava tão certa e tão convicta de que amamentaria e muito que tudo deu certo. Assim ela foi espaçando os horários das mamadas de 2 em 2 horas para 3 e agora 4 horas. Ela mamava muito a noite, chupeitava muito durante o dia, dorme somente no peito e isso só nos fez bem.
Teve um único momento que achei que não iria conseguir amamentá-la e que meu leite iria sumir, nos seus dois meses de vida, quando passei por um momento terrível de tristeza, mas isso só fez mais forte pra continuar.
Resistimos bravamente aos complementos e chegamos até aqui sem a introdução de chás, sucos, água ou qualquer outro complemento. VIVA...
Uma vez eu li num blog, que as pessoas no fundo, invejam essa relação maravilhosa entre o bebê e a mãe, relação impenetrável para quem está de fora, até mesmo para os pais, e é verdade.
Amamentar é sim um ato de amor!

História enviada por Marilyn

May e Melissa

Quando eu soube que estava grávida, tudo na minha vida mudou. Parece clichê, mas eu fumava 2 maços de cigarro por dia e no dia em que fiz o teste tinha comprado 2 pacotes com 10 cigarros. Mas no momento que eu soube que tava grávida, eu parei de fumar. Eu morava no Japão e lá nós temos o hábito de tomar chá, então um dia eu comecei a ler os rótulos dos chás que eu comprava (brasileiros) e descobri que "capim-cidereira" estimulava a produção de leite. Eu fazia 2 litros de chá por dia, porque eu morria de medo de não ter leite pra amamentar meu filho. Eu sempre soube de histórias de mães que não conseguiam amamentar, ou que o leite secava e não eram capazes de amamentar nem o tempo mínimo que são os 6 meses. Meu sutiã aumentou 4 números!!!! E fui tomando assim, 2 litros por dia, sagrados, até chegar ao Brasil, no 4º mês de gestação. O pai da minha filha me abandonou 2 dias depois que eu fiz o teste e sumiu.
Tive que vir embora às pressas, pois já havia tido 2 começos de abortos espontâneos e o médico me proibiu de trabalhar. Eu ficava em estado febrio e vomitava todos os dias, mas nenhum médico de lá comentou nada sobre isso. Então quando eu cheguei, fui ao meu médico e descobrimos que eu tinha um vírus chamado CMV: Citomegalovírus. Fui encaminhada à um infectologista, que calmamente me explicou que esse vírus poderia ultrapassar a placenta e infectar o bebê, o que fatalmente ocasionaria um aborto espontâneo até no máximo o 5º mês. Saí de lá arrasada, chorando, pensando mil coisas, me lamentando. Tive outro começo de aborto espontâneo, mas meu médico me tranquilizou bastante: repouso absoluto e dactil até o final da gravidez. Fiquei praticamente a gravidez toda de repouso, vomitando e em estado febril. Eu não conseguia comer, não podia andar... a única coisa que me mantinha viva era esse coração batendo aqui dentro de mim, e não era o meu. Emagreci 7kg antes do 7º mês. Não tinha nem barriga direito, mas de repente, PUF! Aquele barrigão imeeeenso! Eu achava lindo! Por causa do vírus eu fazia aquele ultrassom morfológico todos os meses, 2 vezes por mês, pra acompanhar o desenvolvimento do bebê, pois o infectologista disse que o vírus poderia causar algum problema físico e/ou mental. Até o 8º mês, tudo estava nos conformes. Acompanhamos todos os membros, todos os órgãos, toda estrutura óssea, centímetro por centímetro.
Era menina, e ía se chamar Maria Luísa. Eu não conseguia mais andar depois do 7º mês. Já estava com 34 semanas e nada do bebê encaixar, virar, ou qualquer coisa assim. Meu médico achou melhor pedir um ultrassom, pra ver o que tava acontecendo. Fiz o ultrassom pela manhã, entreguei no consultório à tarde e quando foi 23h da noite, meu médico me ligou dizendo que era pra eu me preparar porque ía ganhar neném no outro dia. No primeiro momento eu não quis, mas ele explicou que o cordãozinho estava sobre o ombro e por causa disso o bebê não conseguia encaixar. Além disso, o vírus exigiu muito da minha placenta, que estava com grau IV de maturidade e quase não havia mais líquido amniótico. Eu vomitei à noite inteira, não dormi, de medo. Eu estava esperando pelo parto normal, sempre tive PAVOR de cirurgia e a cesárea é uma cirurgia. No outro dia de manhã fui pro hospital, dei um baile nos médicos, já no centro cirúrgico dizendo que não iria fazer a cesárea porque esperaria o parto normal e Deus me abençoaria (pensa na louca!), mas o pediatra e um psiquiatra me convenceram a tomar a anestesia e dar continuidade ao parto (fiquei até com vergonha depois, porque a anestesia não doeu nada!).
Tudo correu bem, foram minutos, e eu ouvi ela chorando bem baixinho. Por causa do chorinho tímido, deixaram ela na encubadora durante 1h. Eu estava muito ansiosa pra recebê-la em meus braços! Quando ela chegou, eu peguei ela e fiquei olhando... e naquele momento não existia mais nada ao nosso redor. Éramos só nós duas. A esposa do meu médico, também enfermeira, me ajudou a dar o peito pela primeira vez. Eu não tinha bico, então foi muito difícil e doloroso. Eu chorava de alegria e dor ao mesmo tempo. É engraçado isso! E eu contava cada dedinho e olhava cada pedacinho dela... Então eu achei que ela não tinha cara de Maria Luísa, mas sim, "Melissa". Logo depois eu recebi a notícia de que a Melissa tinha paralisia na corda vocal esquerda e laringotraqueomallácia, um problema sério na traquéia que piora com frio e poderia impedir que ela conseguisse respirar. Era julho!
Quando chegamos em casa foi totalmente desesperador. Na nossa primeira noite Melissa chorava como se não houvesse amanhã e eu chorava por não conseguir amamentar de maneira nenhuma. Tentei de tudo pra saciar a fome: peito, mamadeira, peito, NAN, peito, enfim... nada dava certo até que às 7h da manhã a esposa do meu médico veio me visitar. Foi Deus que enviou ela! Eu aos prantos, Melissa azul de fome, e finalmente com a ajuda dela, conseguimos nos entender. Acho que esse desespero é natural às mães de 1ª viagem e conversar com ela foi renovador. A partir daí, os dias que se seguiram continuaram difíceis, mas aos poucos a gente ía aprendendo uma com a outra. Nenhuma mãe nasce sabendo dar o peito e nenhum bebê nasce sabendo sugar um peito, rs. O bico foi se formando aos poucos, a amamentação foi ficando gostosa e plena, e eu tinha tanto leite, mas tanto leite, que eu estocava leite no congelador, doava pro banco de leite e ainda ordenhava no banheiro porque não aguentava de dor de tão cheio que meu peito ficava! Era leite demais!!! (Daí lembrei do chá de 'capim-cidreira' e pensei que nunca mais ía tomar tanto chá na vida! rsrs)
Passamos um mês inteiro dentro do quarto, com aquecedor às vezes, com portas lacradas, banho quentinho, e peito. MUITO PEITO. Tudo conforme recommendação médica. E 1 mês depois que ela nasceu voltamos ao pediatra e ao otorrinolaringologista, refizemos todos os exames, e ela não tinha mais N-A-D-A. Absolutamente nada. Ela estava perfeita. O médico disse que o leite materno foi FUNDAMENTAL na cura dos dois problemas, principalmente o da traquéia, que é uma cartilagem e precisava de muito cálcio pra 'curar'. Isso me deu bastante força pra continuar amamentando até os próximos meses. No 6º mês eu já não precisava mais usar o protetor que ajudava a formar o bico. Foi aí que a amentação voltou a ser um terror! Melissa já tinha 1 ou 2 dentes, e sem o protetor o bico rachava muito, doía muito, sangrava muito e eu chorava muito. A maravilhosa sensação de amamentar se tornou um pesadelo e eu não aguentava de dor. Até que 1 ou 2 meses depois, a pele foi ficando menos sensível e o bico foi ficando cada vez melhor e mais resistente, e amamentar se tornou novamente um momento muito confortável e gratificante.
Nesse meio tempo, voltei ao infectologista, mostrei que a Mel tinha nascido perfeita e ele me disse: Ela não tendo sido contaminada, não teve nenhum problema físico, mas ela ainda pode ter problemas mentais, como retardo mental, por exemplo. Pô, esse médico é muito pessimista! Saí arrasada de novo, chorando litros, pensando que era um pecado um ser tão pequenininho passar por tudo isso! E ainda o que estaria por vir! Era muito amor, muito amor. Fiz acompanhamento com o neurologista mensalmente, até ela completar 1 ano, pra acompanhar o desenvolvimento dela, que graças a Deus, é normal.
Hoje Melissa tem 2 anos eu ainda amamento.
Não foi fácil no começo, não foi fácil durante o 6º mês, principalmente por causa do sangue. Causa uma impressão horrível! Mas todos os problemas que ela tinha, eu sentia que meu leite podia curar. Eu acreditei nisso, e acredito ainda. Nesses 2 anos, ela ficou gripada apenas 1 vez! Há 6 meses ela entrou no colégio e isso diminuiu um pouco a imunidade dela, mas nunca teve nada grave, a não ser uma sinusite há 1 ou 2 meses atrás.
Todos os sites, campanhas, e etc, falam que é maravilhoso amamentar, que é um gesto de amor, mas ninguém lembra da dor!!! rsrsrs. E muitas mães não têm acompanhamento e orientação como eu tive da esposa do meu médico, que não só era profissional, como também foi muito minha psicóloga durante esse processo. Acho que minha persistência contou muito sim, acho que a minha vontade de querer ser mãe integral também ajudou muito, mas a presença dela durante o 1º mês foi fundamental.
Agora que Melissa completou 2 anos, eu entrei no processo de desmame. Não tá sendo fácil também não, o peito agora é também um vínculo muito forte, quase uma dependência. E não é fácil acabar com os vícios! Mas hoje eu tenho minha consciência e meu coração tranquilos, porque eu fiz a minha parte. SIM!

Tudo é possível quando a gente acredita, quando a gente quer e quando a gente busca!



História enviada por May Ishii.

Micheliny, Nina e Theo

Amar, amamentar

Tive muitas dificuldades em amamentar Nina, minha primeira filha. Uma mamoplastia de redução que eu fizera anos antes por recomendação médica foi a responsável pelo que chamo até hoje de depressão pós-Nam. Sonhava, queria, desejava amamentar. Via as campanhas dizendo subliminarmente que era possível, que era só eu querer, mas eu queria e nada como eu sonhava acontecia.

Mas amamentei como pude até retornar ao trabalho. E mesmo que me disessem que amar e amamentar não eram verbos necessariamente ligados um ao outro, eu sofria. Porque nada era como eu queria e no sonho que eu queria não havia Nam e nem mamadeiras.

Ano passado, engravidei de novo. E me preparei para amamentar daquele jeito. Pouco leite saindo do peito, o bebê mais cedo ou mais tarde se desinteressando. Meu obstetra falou para eu ir com calma, que muitas vezes a sucção do primeiro filho abre caminho para uma amamentação melhor do segundo.

Escutei, balancei a cabeça afirmativamente mas, na boa, não acreditei não.

Acontece que aqueles 4 meses da amamentação da Nina serviram muito, para ela, para mim, para Theo. Ele mama como um bezerrinho e embora eu ainda faça uso de algum complemento -minímo, diga-se de passagem- hoje percebo que tudo pode ser diferente, que devemos, sim, acreditar.

Para mim, amamentar Theo é um pequeno milagre. Um milagre nosso. Da nossa família. Inclusive de Ricardo, meu marido, que foi paciente e companheiro em todas as minhas lágrimas.

Nem sempre é possível amamentar um filho. Nem sempre é possível amamentar como se sonhou. Mas amar é a chave de tudo.

E amando tudo só pode dar certo

História enviada por Micheliny

Links e Blogs

Links de histórias de amamentação:

- Elly e Caetano:
- Pérola, Felipe e Beatriz:
- Elen, Amanda e Hannah:
- Bruna e Içara:
- Roberta e Luísa

BLOGS ATIVOS NA SMAM2009

Mamãe Antenada
Mammys Blogs
Pelos Cotovelos e cotovelinhos
Matrice
Amamentando e alimentando um bebê com alergia alimentar

E a Thais do Aprendiz de mãe esta reunindo dicas para uma amamentação feliz. Vamos colaborar? Mais informação aqui


Alguem mais?


*Preciso falar que estou super feliz com a participação de vocês com todas essas fotos e histórias lindas? Não, né?
Obrigada a todas!!

Nathalia e Tomás

Apesar de um parto muito longo e difícil, o Tomás pegou o meu peito na primeira hora depois de nascer. Foi uma sensação tão intensa que superou todas as minhas expectativas. Eu tinha estudado tudo o que pude sobre amamentação durante a gravidez, com direito a pegar livros na biblioteca, pesquisa na Internet, vídeos para aprender as diferentes posições e a pega perfeita e uma aula oferecida pelo hospital onde dei à luz aqui nos Estados Unidos.
Nos dois dias que ficamos no hospital, ele não teve dificuldade em pegar o peito e, com calma, íamos aprendendo juntos. Me ajudou muito, e me ajuda até hoje, lembrar sempre que ele não nasceu sabendo mamar e que eu nunca dei o peito, e que precisamos ir com paciência. Achei que foi muito importante ele ter ficado no quarto comigo a maior parte do tempo e não no berçário. Mesmo quando ele não ficou, as enfermeiras o trouxeram para o quarto no menor sinal de fome e me acompanharam nessas primeiras sessões, me ensinando e ajudando. Além disso, como parte do processo de alta, recebemos a visita de uma consultora de lactação que corrigiu o que estávamos fazendo errado, nos aconselhou e se certificou de que tivéssemos informação sobre grupos de apoio perto da nossa casa, caso houvesse um problema depois.
Malas prontas, no dia de sair do hospital, o Tomás foi diagnosticado com icterícia. Os níveis de bilirrubina dele estavam altíssimos e só banhos de sol não resolveriam. Ele teria que passar mais uma tarde e uma noite no hospital em uma incubadora com luzes. A pediatra me disse que eu poderia amamentá-lo a cada três horas, mas que, além do leite materno, eu teria que dar um suplemento de 30 ml de fórmula (como eles chamam o leite artificial aqui) porque a icterícia e as luzes causam desidratação. Eu comecei a chorar porque pensei ali que tudo iria por água abaixo. Mas algo me iluminou e me lembrei que na classe que assisti no hospital, a enfermeira ensinou o “cup feeding”, que era dar o leite ou a fórmula em um copinho. Imediatamente pedi que a fórmula fosse administrada assim pois eu não queria arriscar dar a mamadeira e atrapalhar a relação do Tomás com o peito.
O outro problema é que eu já havia tido alta e não poderia passar a noite com ele no hospital. As opções eram que ele tomasse a fórmula em vez do leite materno durante aquela noite ou que eu fosse ao hospital a cada duas horas para amamentá-lo. Todo mundo dizia que isto era inviável e no fundo eu sabia que era mesmo. O hospital fica longe da minha casa e não temos carro. Fiquei possessa. Como um hospital que diz apoiar a amamentação não me daria condições logísticas de fazê-lo? Eu bati o pé e disse que passaria a noite na sala de espera. No fim, a consultora de aleitamento me convenceu que também era importante eu descansar e que eu poderia confiar que eles não dariam mamadeira para o Tomás. Exausta, eu aceitei. Dei o peito à meia-noite e disse que voltaria às seis da manhã, assim ele só pularia uma mamada.
Foi a noite mais difícil da minha vida: voltar para casa sem meu bebê e com o peito explodindo de leite. Eu chorava sem nem saber a razão. Às cinco da manhã, levantei, me vesti, preparei um lanche e peguei um taxi sozinha para o hospital. Acho que essa mamada e a das 9 da manhã desse dia foram o contato mais profundo que tive com meu filho. Eu vi como ele precisava de mim e eu dele e que dar o peito era também uma maneira de nos reconhecermos e nos comunicarmos.
Voltamos para casa nesse mesmo dia, mas a icterícia continuou forte nos seguintes quinze dias. Uma das causas da icterícia pode ser o leite materno e muitas mães acabam suspendendo a amamentação por um tempo por causa disso. O pediatra me orientou o contrário. Disse que mesmo que o leite fosse a causa, o melhor que eu poderia fazer pelo Tomás era amamentá-lo bastante para que ele pudesse expulsar a bilirrubina pelo cocô e o xixi. Também fizemos a opção de controlar os níveis com exames de sangue diários em vez de interná-lo de novo e colocá-lo na incubadora já que isso também poderia atrapalhar a amamentação.
Minhas duas primeiras semanas com ele foram uma maratona. Eu sentia uma pressão incrível. Primeiro porque não sabia se ele estava mamando o suficiente. Segundo porque duvidava se minha opção de amamentar não estava virando uma intransigência que poderia colocar a saúde do meu filho em risco (níveis de bilirrubina muito altos podem causar danos cerebrais). Optamos pela livre demanda e, mesmo com a sonolência que vem com a icterícia, ele mamava bastante. Ainda assim, quando ele dava um intervalo de mais de duas horas entre as mamadas, eu ficava nervosa e queria acordá-lo. Eu queria ter certeza de que ele mamaria 8 vezes ao dia pelo menos.
Os dias passavam e os níveis de bilirrubina não baixavam. A cada teste dele, eu me questionava se deveria continuar amamentando. Seguimos em frente e, nesse esquema, o Tomás foi melhorando. Foi um processo muito mais longo e menos seguro do que se eu tivesse optado por colocá-lo na incubadora. Hoje acho que posso ter sido irresponsável e não sei se uns dias na incubadora realmente teriam afetado a amamentação.
Acho que a lição mais importante na minha (ainda) curta experiência amamentando é a de que informação é essencial mas não suficiente para a amamentação dar certo. Estar informada me ajudou a evitar, por exemplo, a introdução da mamadeira em um momento crucial para o Tomás, quando ele ainda estava aprendendo a pegar o peito. Também me ajudou a me manter firme no caso da icterícia. Tudo o que passamos me fez reafirmar diariamente a minha escolha de amamentá-lo exclusivamente. Eu sinto que isso nos uniu bastante, a mim e ao Tomás, e que esses dias estressantes me ajudam a desfrutar, valorizar e ser muito grata por cada momento em que lhe ofereço o meu peito. Eu me sinto abençoada por ser parte desse processo tão perfeito e tão poderoso do meu corpo, que começou com a fecundação e a gravidez. Também passei a ter muito mais compaixão pelas mulheres que tem que lidar com a frustração de não poder amamentar, por diferentes razões. Minha história me ensinou que, no fim, também existe um tipo de imponderável e imprevisto que toda a boa vontade e informação do mundo não são capazes de controlar e evitar.
Eu também passei a entender a opção de não amamentar que, para mim, era incompreensível. Eu sei agora que a amamentação é uma doação irrestrita do nosso corpo, do nosso tempo e, porque não?, do nosso equilíbrio mental – mesmo que o façamos com prazer. Nada, nenhum livro ou aula, me preparou para a exaustão dos primeiros meses. Quantas noites eu não me levantei confusa, sem saber se já tinha dado de mamar ou não. Quantas madrugadas, contemplei tirá-lo do meu peito na metade da mamada, desistir de tudo e ir dormir. Quantas vezes eu não me questionei se aguentaria a responsabilidade que vem com o fato de que a alimentação – e, portanto, a sobrevivência – do meu bebê depende de mim. Apesar de na gravidez isso também ser verdade, na amamentação isso se torna mais físico e mais real. Mesmo com muita convicção, achei os primeiros meses muito duros.
Eu agradeço a minha mãe e uma amiga por me dizerem o tempo todo que essa fase passa e que não ia ser sempre assim. Agora, no terceiro mês do Tomás, eu sei que é verdade.

Eu sempre senti que estar grávida era como carregar um segredo muito bem guardado – quem não se deliciava em receber um chutinho e sentir essa injeção imediata de felicidade a qualquer momento e em qualquer lugar, sem ninguém mais perceber? A amamentação, para mim, é uma continuação desse segredo, uma maneira de parar o mundo um pouquinho para ser feliz.



História enviada por Nathalia, mamãe do Tomás de 2 meses

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Paloma e Cecília

Minha história também foi terrível. Demorei muito a superar. Eu era radical da amamentação (como essas dos fóruns que você cita) e não havia outra opção para a minha filha. Hoje sou COMPLETAMENTE contra estes radicalismos, porque na hora em que mais precisei de ajuda - e procurei todos os grupos das radicais - não recebi nenhuma resposta, ajuda, dica, nada. Na época, eu não frequentava blogs, não sabia sobre relactação etc.

Bom, vamos à história: eu comecei amamentando e achando que estava tudo bem, mas não estava. Com cinco dias minha filha tinha perdido muito peso e estava muito desidratada (teve febre). Foi internada e, no hospital, com muito estresse, meu leite SECOU. O médico mandou dar NAN e eu quase MORRI. Para mim (à época, uma radical), era mais importante dar o peito do que qualquer coisa. Mas sem o NAN ela não iria sair daquela situação.
Depois que voltamos pra casa e eu fiz vários tratamentos para o leite voltar (o melhor foi dormir, mas eu estava em estado de choque e não conseguia relaxar), ela teve alergia à lactose (do meu leite) e eu tive que parar de tomar qualquer coisa com lactose também. ela vomitava sem parar.
Eu sequei, fiquei magérrima, meu leite foi diminuindo (depois tive sérios problemas de deficiência de cálcio e vitaminas. D e fiz tratamento que nem as velhinhas que têm osteoporose, foi punk).
Só amamentei até três meses e mesmo assim sempre complementando com NAN Soy, pois o medo da desidratação era enorme. Paguei uma fortuna por: visita de enfermeira em casa, máquinas de tirar leite (usei todas) e consultas (fono para minha filha, que não tinha força para sugar, mas não tinha nenhum problema) etc etc.
Eu tentei e não consegui. E não aceito que ninguém venha me acusar (já ouvi tantas barbaridades) de não ter amamentado até x meses/ anos. Acho um absurdo julgar uma mãe por isso (assim como pelo parto que teve) e não vejo nenhuma utilidade em só dizer "Ah, como é bom amamentar!". Acho que a ajuda tem que ser para quem NÃO CONSEGUE e não para quem consegue e acha tudo muito natural. Estas não precisam de incentivo.
Cadê as campanhas para dizer que nem sempre é natural e como fazer para obter ajuda, para tentar (nem sempre é possível) solucionar o problema? O que eu ouvi de histórias iguais às minhas DEPOIS que passei por isso. Queria tanto ter ouvido ANTES, assim eu não me sentiria a pior mãe do mundo, como cheguei a me sentir algumas vezes. Sei de gente que terminou casamento por causa disso, que não conseguiu segurar a barra. Acho que as campanhas, do jeito que são, aumentam o sofrimento de quem não consegue e não oferecem ajuda. Amigas do Peito? Muy Amigas!

História enviada por Paloma a querida mãe da Cecília

Paloma e Isa

"Minha experiência com amamentação foi muito difícil. Eu me preparei muito durante a gravidez. Mas, como toda mãe de primeira viagem, mal sabia o que estava por vir. Logo na primeira noite em casa, Isa não mamava. Não pegava o peito de jeito nenhum. Corremos pro hospital. A enfermeira ensinou novas formas de pega. E persisti o quanto pude.
Amamentei exatos 47 dias. Me sentia muito cansada, e mesmo com a ajuda que vinha de todos os lados, me sentia incapaz de dar conta da tarefa. Depois de um febre, meu leite começou a rarear no peito. E Isa tinha fome. E eu tinha cada vez menos leite.
Comecei complementando, e logo a mamadeira tomou conta. Eu acho que amamentar é super importante. Mas tem de ser uma experiência boa pra mãe e filho. Quando uma das partes começa a sofrer demais, penso que talvez seja hora de reavaliar. Me sentia sozinha, chorava e fui tomada por um profunda tristeza por não conseguir alimentar minha própria filha.
Quando parei, fiquei mal por muitos dias. Mas Isa foi crescendo e fui aceitando que eu fiz o que eu pude, da melhor maneira que eu podia. Com o próximo filho, quem sabe, pode ser diferente."



História enviada pela Mãe de Primeira, a Paloma

Renata e André

"Eu sempre quis ser mãe. Desde criança eu sempre falei que queria ser mãe e quando era adolescente costumava dizer que não sabia se iria me casar um dia, mas que eu seria mãe eu tinha certeza. E eu sempre desejei amamentar... sempre me emocionei vendo mães amamentando e sempre tive o sonho de ter o meu bebezinho no meu colo mamando, com as mãozinhas encostadas em mim.
Desde que eu descobri que estava grávida, minha maior preocupação sempre foi a amamentação. Eu tinha medo de não ter muito leite, de sentir muita dor, medo de, por qualquer motivo, não conseguir amamentar. Eu li muito sobre o assunto, me informei demais, fui ao curso de gestante e conheci o GAMA (grupo de apoio à amamentação) que dá suporte às mães com dificuldade e faz uma super campanha em prol da amamentação e aos poucos foi ficando mais segura de que tudo daria certo.
Então meu pequeno nasceu e todos aqueles medos que eu tinha desapareceram. Eu não sou um daqueles muitos casos de superação das dificuldades...simplesmente porque eu nunca tive nenhuma dificuldade. Meu peito não rachou e não doeu e o André acertou a pega de cara e saiu mamando bem gulosinho desde o primeiro dia. Foi sempre lindo e delicioso, como eu sempre havia sonhado: meu pequeno em meu colo, com a mãozinha encostada em mim e eu olhando para aquele rostinho lindo e pensando em quanto eu estava sendo abençoada por aquele milagre. Sim, porque é um milagre dos mais bonitos o corpo da mãe produzir leite na exata quantidade que o bebê precisa!!!
E ele mamou exclusivamente leite materno até os seis meses, quando começamos a introdução gradativa de outros alimentos. Primeiro as frutinhas e depois a sopinha salgada, sempre sem deixar de lado o leite materno.
A parte física sempre foi ótima e, como já disse, nunca senti qualquer dor ou incômodo. Eu só tive o outro tipo de problema: os palpites. Conforme o pequeno ia crescendo, eu comecei a ouvir que estava na hora de desmamar, que ele estava muito grande pra mamar no peito, que ficaria muito dependente de mim e até que ele não dormia a noite inteira porque o meu leite não sustentava, então que se eu desse uma mamadeira com fórmula, ele ficaria mais satisfeito e passaria a dormir mais.
Tenho confessar que fiquei um pouco dividida, afinal era a minha primeira experiência como mãe e estava ouvindo aqueles conselhos todos de mães mais experientes do que eu. Eu fiquei tentada a desmamar e cheguei a sofrer bastante tentando tomar uma decisão...até que ouvi do meu marido: "se vc estivesse certa de que queria desmamar, você já teria feito isso porque vc é cabeça dura...e se não tomou essa decisão ainda, é porque no fundo quer continuar amamentando!". E ele tinha razão! Então resolvi seguir o meu coração e continuei com a amamentação, já que era tão bom pra mim e melhor ainda pro meu pequeno, que sempre AMOU mamar na mamãezinha! E eu sinceramente nunca me preocupei muito com as noites mal dormidas, porque acredito que ele vai passar a dormir a noite toda no tempo dele!
Eu só posso citar benefícios que amamentação trouxe pra nossa vida: o meu pequeno é uma criança segura, boazinha, feliz, alegre e super independente (dentro da independência que ele pode ter com 1 aninho, é claro!) e nunca ficou doente. E amamentar foi a coisa mais deliciosa que já me aconteceu...é um vínculo lindo, um momento só da mamãe e do bebê, uma troca de carinhos e uma cumplicidade que nunca havia experimentado antes!"

Bom, espero que o meu texto sirva de incentivo às novas mamães, porque amamentar nunca foi um sacrifício pra mim...sempre foi um prazer!

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História enviada pela Lilata.

Renata e Pietra

Me chamo Renata e tenho uma bebezinha linda de 6 meses. Já começamos o aleitamento errado. No hospital as enfermeiras já introduziram a mamadeira com Leite Artificial. Fui pra casa com o pensamento positivo, e estava devidamente munida de bomba de leite importada, concha de silicone, a melhor pomada cicatrizante para o mamilo. Mas chegando me deparei com uma muralha de confusões: não saber se tinha leite ou não, minha mãe e minha irmã- as maiores protetoras do leite artificial, uma pediatra que estava mais para o lado de minha mãe e de minha irmã. Foi muito difícil e eu vou logo avisar: sucumbi às mamadeiras, mas insisti no peito até minha filha não querer mais de jeito nenhum, e isso aconteceu há duas semanas.
Dar o peito, exclusivamente, é muito difícil quando estamos sozinhas, descabeladas, desconsoladas e desamparadas! Não tive coragem de ver minha filha sem ganhar peso (o que acontece no 1º mês de vida com muitos bebês) e ouvir de uma pediatra (que por sinal troquei no 2º mês de vida) que deixaria minha filha com fome. Dei peito toda vez antes de dar a tão amarga mamadeira, mas minha filha não se satisfazia com o peito, talvez por saber que vinha um leitinho fácil depois do leitinho difícil, ou talvez por ser gulosa mesmo.
Chorei muito nos 4 primeiros meses, por me sentir incapaz, como mãe. Desejei muito amamentar exclusivamente por 5 ou 6 meses, mas amadureci e tenho certeza de que tinha leite, não como algumas mulheres que jorram leite sem parar, mas um leite que sustentaria minha filha, com toda certeza. Estou certa disso, pois até hoje tenho leite no meu peito (quando aperto o mamilo), claro que já está secando, pois minha filha não quer mais de jeito nenhum.
Mas vou ser diferente com o(a) irmãozinho(a) de minha primogênita. A mamãe aqui já vai estar mais preparada para tantas barreiras e desamparo! Vou insistir e persistir neste sonho de amamentar exclusivamente. Nada compensa os olhinhos vivos de um filho mamando no seu peito. Nada!

Beijos e desejo uma amamentação farta e principalmente tranquila às mamães.

História enviada por Renata

domingo, 2 de agosto de 2009

Roberta e Noah

Tão bom ver uma discussão construtiva a respeito do tema, né não?
Olha, eu não sei quanto a vocês, mas acho que as dificuldades que podem surgir são mais uma coisa dos primeiros dias.
Uma vez superada essa fase - que passa rápido, prometo - vc já estará beeeeeem mais tranquila.
Também acho que informação é tudo e alguns truques são determinantes pra que a gente não desista.
Vou falar um pouco do que funcionou comigo, sem pretensão alguma, já que não sou especialista.

Uma coisa que me ajudou foi a tal da pomada lansinoh (indicada por uma blogueira fofa informada, eu adoro essas blogueiras!). Ela hidrata e não é nociva ao bebê, os ingleses usam há décadas. A minha foi na bolsa da maternidade.Recomendo!
Se, mesmo com a pomada, rolar uma dorzinha: bico de silicone no peito que está doendo. Assim, quando o bebê for abocanhar aquele mamilo dolorido ( e, cá pra nós, ouch! este é o momento em que muita mulher desiste) o bico de silicone estará fazendo uma camada de proteção no pobre mamilo...Vc vai dar até nome pro tal do bico de silicone, tamanha afeição..
Passados os primeiros dias, sabe o que acontece? O peito vai "calejando" (que horror, mas não achei outro verbo) e a dor some. Juro.
Que mais...o peito, no começo, vai estar muuuuito cheio, Pammela Anderson de sutian de amamentação... Comigo funcionou tirar um pouco com as mãos. Parece esquisito se vc nunca tentou, portanto vc pode querer mandar seu marido pra fora do quarto, ja que a cena pode ser forte demais pro pobre rapaz. Ordenha mesmo, mas funciona. O peito ainda está muito cheio? Compressa de água FRIA (a quente estimula mais ainda a produção de leite, nããããão!!!!!!)
Não caia na tentação de esvaziar o peito com a maquininha, pois ela também estimula a produção!
Bom, esses são conselhos práticos.
Um conselho de caráter mais emocional é: PENSE QUE VAI DAR CERTO, PENSAMENTO POSITIVO, O PERRENGUE VAI PASSAR. Amamentar é incrível, pelo tempo que vc conseguir, é uma experiência lindíssima.

Meu relato seria incompleto se eu não atribuísse créditos ao meu pediatra, que nos deixou juntinhos desde logo após o parto, que impediu qualquer profissional da maternidade de oferecer qualquer coisa que não viesse da minha fonte e que, principalmente, me falava “respira fundo Roberta” cada vez que eu ligava chorando e dizia que estava exausta, que o Noah mamava de meia em meia hora e que eu não aguentava mais. Escolher um pediatra que apoie o aleitamento materno: esse talvez seja o conselho mais importante de todos.

Eu sou tão babaca que até hoje me pego chorando quando vejo a carinha do meu filho no meu peito.
E olha que ele já está com 9 meses.

Vale a pena. Go girl!


A Roberta do blog Piscar de olhos, fez esse comentário láááááá no post HELP e não resisti e coloquei aqui como relato.
Dicas valiosas, com bom humor, pra fechar com chave de ouro o 3º dia da mini-camapanha.
E essa foto? geeeeente!
Linda!

Roberta e Victor

Mãe de primeira viagem, morando longe da família e com uma única certeza na gravidez: Queria amamentar, mas tinha medo. Ouvi de muitas pessoas que amamentar era doloroso, que o peito rachava, além da família dizer: "Ah, na família ninguém teve leite. Eu não tive, sua tia não teve, sua prima também não...".
Essas coisas não me fizeram desistir. Li muito durante a gravidez e aprendi bastante no curso de preparação para o parto. Na hora do nascimento do meu filho, ele logo foi para os meus braços e colocou pela primeira vez sua boquinha no meu peito senti-me capaz. Na maternidade tive muito apoio.

Na primeira noite em casa, vazava leite. Pensei: "Estou livre da maldição da família sem leite". Outras dificuldades ainda continuavam. O bico do meu seio era plano e por isso usei um bico de silicone além de puxar a ponta do mamilo com um êmbolo de uma seringa. Não desisti e nem meu pequeno. Assim, aos poucos meus mamilos foram se formando e com 15 dias já não precisava usar mais desses artifícios. E meu marido, sempre presente, ajudava para que nosso pequeno fizesse uma pega correta

Estava aliviada. No entanto... com cerca de 25 dias de amamentação, sem nenhuma fissura no peito, com meu pequeno fazendo uma pega cada dia mais certinha, senti meu leite começar a secar. Fiquei triste e logo lembrei da "maldição da família sem leite".
Em uma sexta feira a noite, comprei o leite artificial, pois notava que meu peito não vazava mais, que estava diminuindo a produção. Tinha pavor que meu filho passasse fome. E na madrugada, ele chorava de fome, eu chorava porque não tinha leite, nervosa. Então, meu marido acordou e disse: "Calma! Beba água, deixe ele no peito e tente descansar...". Aos poucos fui me acalmando, eu e meu pequeno do meu lado formos para os braço de Morfeu.
Meu marido não desistiu e passou o restante da madrugada "fuçando" na internet tudo sobre amamentação. Quando acordei ele ja estava PhD em amamentação e explicou-me todo o mecanismo da produção de leite. O porquê da grande quantidade inicial, porque sentia meu peito murchar. O fato é que amamentei exclusivamente até os 6 meses, sem dor, sem fissura e com muita vontade. Hoje meu pequeno, com 6 meses e meio, começou a comer papinhas. Usa copinho para beber água e tem o leitinho materno garantindo quando ele quer...

Ah!! e o leite artificial que comprei?? Troquei por fraldas...rs rs rs





História enviada por Roberta, mamãe de Victor de 6 meses e meio

sábado, 1 de agosto de 2009

Sheila e Maria Clara

Amamentar meus medos e soluções!!

Confesso que eu sempre tive mais medo de amamentar do que do parto (por que afinal, se eu não conseguisse a parte do parto, alguém dava um jeito nisso, hehehe) mas e amamentar? Eu sempre soube que era muito importante (principalmente no começo, o colostro) mas eu confesso que nunca achei alguma coisa na net ou qualquer depoimento que me desse algum tipo de segurança; acompanhei a historia de algumas amigas e sempre era meio assustador, mastite, machucados, lágrimas e depois de um certo sofrimento ficava gostoso... mas como?? Então, depois de passar por todo o processo e descobrir as respostas na tentativa e erro eu me comprometi com o mundo a passar para frente as minhas experiências, só não sabia como - ate descobrir o blog- e cá estou eu entrando na onda da semana do aleitamento materno e cumprindo minha promessa!
Vamos lá, no primeiro dia não achei nada muito complicado, ela tinha uma boa “pega”(p/ quem não sabe “pega”é o jeito que o neném encaixa a boca para mamar, que tem que ser de forma que não machuque – com a boca bem aberta pegando quase toda a parte escura) mas esta tb não era “perfeita”o que no segundo dia começou a dar uma certa confusão e as tais das rachaduras... aí o peito começou a encher de leite e parecia que tava queimando e eu já não sabia se doía mais ela mamar ou o peito cheio de leite. – então vem o poder da informação!!!!!! Que eu amo de paixão- o que eu fiz para resolver essas coisas:
1. Na gravidez a partir do oitavo mes: Uma pomadinha chamada masse, da Johnson, depois do banho.
Conchas de preparação do mamilo da semina umas 4 horas por dia e dar uma estimulada durante o banho, tudo light, sem pânico nem dor por que ninguém merece sofrer antes da hora.
Honestamente eu não sei se essas coisas adiantaram de alguma coisa, mas eu fiz.
2. O que resolveu:
A pomadinha milagrosa – LANSINOH- que a minha maravilhosa obstetra pediu na maternidade logo no segundo dia, assim a coisa não chegou a degringolar,- MENINAS PERGUNTEM para as suas medicas se elas vão receitar isso, se não, comprem antes de ir p/ a maternidade pq so vende pelo telefone!! Passava sempre depois de mamar e deixava lá, o peito ventilando (a que ponto chegamos, vou aproveitar e registrar que essa historia do peito virar “público”sempre me deixou deveras constrangida, mas agente se transforma em mãe e supera, eu garanto, supera,devagar eles voltam a ser nossos...) pronto rachadura resolvida!
Isso somado as conchas de preparação (lembra?) que eu continuei usando por que elas iam ”escoando”o excesso de leite e assim o peito não explodia!! GENIAL tem ate umas conchas que chamam “concha anti-empedramento” é quase igual.
Essas duas coisas somadas ao fato que eu sabia que se nem assim eu resistisse vendia na farmácia o tal do intermediário de silicone, que voce coloca sobre o bico, tem o formato do mesmo e o neném só enconsta no silicone o que te dá a chance de se recuperar...
Olha, eu confesso que no começo foi bem difícil e eu entendo que as vezes as mães não conseguem, principalmente se estiverem sob pressão, ainda dizem que os meninos são mais furiosos que as meninas e é um pouco mais difícil, mas eu acredito que o amor que temos por eles nos faz superar os nossos limites, e com essas artimanhas para driblar a dor dá para chegar lá!
Engraçado que no dia em que comecei a escrever esse post ela mamou de manha e não quis mais o dia todo, estava toda diferente, e eu rezei sem parar para ela voltar a mamar por que a mamãe aqui é que não queria que ela desmamasse! Afinal, se tem uma coisa que para nós duas é sagrado, e que ninguém tem como tirar é o nosso momentinho juntas, que, por mais que seja cansativo eu tenho certeza que quando ela for grande eu vou ficar morrendo de saudade!!


História enviada por Sheila

Tathy e Alice

Relato de uma quase amamentação

Quando descobri que estava grávida meu mundo floresceu. Fiquei em estado de graça, me sentindo super feliz, leve (rssss), poderosa e realizada. Foram 9 meses curtindo a barriga. Planejando, pensando e principalmente vivendo um dia de cada vez. Tirando os enjôos que duraram 5 meses, não me preocupei com mais nada. Fiz o curso de gestante (inclusive dei uma palestra nesse curso sobre depressão pósparto). Montei enxoval, quarto do bebê, decidi sobre como queria que fosse o parto mas em nenhum momento pensei na amamentação. Na minha cabeça as coisas estavam bem claras, a minha filha iria nascer e mamar nos meus seios.
Haveria algum problema nisso? Afinal, não era assim nas novelas, nas campanhas de amamentação? A mãe com um sorriso doce nos lábios segurando uma criança “parrudinha” em seus braços. E pra mim eu seria essa mãe. Então pra que me preparar para amamentar?
Segui em frente dentro da minha linda bolha cor de rosa. Até que chegou o grande dia. Alice nasceu e enquanto estávamos na sala de recuperação a coloquei no meu seio para a primeira mamada. Senti uma sugada forte, diferente do que tinha imaginado, mas seguimos em frente e ela mamou.
Confesso que achei estranho. E naquele momento pós nascimento o que não era?
Já em casa os meus seios triplicaram de tamanho. Estavam cheios de leite. Oba!!! Pedi meu marido que comprasse sutiãs maiores, n° 52, já que os meus estavam apertados. Alice mamava de 4 em 4 horas e comecei a perceber que o bico do meu seio direito estava machucado. Não dei importância. Só que a situação foi piorando. O meu esquerdo foi submetido a uma cirurgia plástica quando eu tinha 17 anos (eles eram desproporcionais um do outro) e ainda por cima o bico é chato, quase não tem. Lembrei que alguém me falou de uma concha de silicone que forma o bico. Pedi meu marido pra ir comprar. Comei a usar a tal concha e realmente os bicos ficavam mais projetados pra fora, o que na minha cabeça resolveria o meu problema.
Passaram-se não sei quantos dias e acordei com calafrios. Estava com febre. Lembrei de uma conhecida que falou que teve a febre o leite, que era quando o leite descia pra valer. Fiquei feliz. Liguei pra médica na manhã seguinte e falei que estava com a febre do leite e o que poderia tomar de antitérmico. Ela falou que se continuasse com febre era pra eu ir até o SOS verificar. A situação foi se agravando. Além da febre tinha muitas dores na hora de amamentar. Os seis estavam rachados, Alice já mamava sangue e eu chorava muito. No momento da pega, sentia uma dor do dedão do pé até o bico do seio. Era insuportável. Liguei pra médica que me mandou direto para o hospital. Fui atendida pela plantonista que me mandou para o banco de leite. Cheguei lá, a enfermeira queria fazer uma ordenha com bombinha elétrica. Pulei pra trás. Mostrei meus bicos pra ela e falei que não agüentaria. Ela fez uma ordenha manual e disse que o seio operado estava até bom e que era pra eu insistir. Mandou que eu utilizasse o secador e ficasse sem blusa e sutiã em casa pra cicatrizar.
Voltei pra casa e a cada mamada era seguida de choro e dor, muita dor. Fomos ao posto de saúde perto de casa procurar ajuda. Estava com o exame de sangue que comprovava a mastite. Levei pra mostrar a enfermeira que me atenderia. Expliquei a minha situação pra uma médica que mandou chamar a enfermeira. Falei pra ela que estava com mastite e que não estava conseguindo dar de mamá a minha filha. Ela me olhou nos olhos como uma águia enfurecida e perguntou de onde eu tinha tirado que estava com mastite. Revoltei. Retruquei com a mesma grosseria que eu sabia ler o exame, que era profissional da área de saúde e quase esfreguei o papel na cara dela. Ela olhou e mandou eu fazer compressa de água quente.
Outra enfermeira que não trabalha no banco de leite me chamou pra conversar. Ela viu o quanto eu estava abalada, ela entendeu o que eu estava sentindo. Ela não me julgou e falou pra mim que somente eu sabia o que era melhor pra minha filha, pra mim e pra nossa relação naquele momento. Me contou alguns casos, falou que eu tinha que ver o nosso bem estar que ninguém poderia interferir na decisão que eu tomasse. Saí de lá aliviada e disposta a interromper a amamentação. Era isso ou eu iria surtar. Estava a beira de ter uma depressão pósparto.
Procuramos uma médica pediatra pra me orientar em ralação ao leite que Alice passaria a tomar e ela foi contra. Usou dois argumentos ridículos: o primeiro que de ela estava ganhando peso, mesmo eu dando de mamá em um só seio e o outro é de que ela tinha tido mastite e tinha superado. Quase mandei ela ir á m. Mas fiz ela me ensinar a dar o leite pra minha filha. Depois de dois dias a secretária dela me ligou desmarcando a consulta que ela tinha agendado para 15 dias. Liguei pra gineco e pedi que ela me passasse um remédio pra secar o leite. Ela se recusou. Disse que eu TINHA que amamentar pelo menos até Alice completar 4 meses. Aí me lembrei que durante todo o prénatal ela não tinha se quer olhado os meus seios. Mesmo sabendo eu tinha feito a cirurgia e que foi pela auréola. Lembrei também que durante as consultas ela ficava perguntando aonde eu comprava as minhas bolsas e sapatos, fora as histórias do namorado. Revoltei. Rodei 80 km e fui para o gineco da minha mãe. Alguém nesse mundo tinha que me ver, que olhar nos meus olhos e me falar que eu não estava errada. Ele pediu uma ecografia mamária que acusou 9 nódulos fibroso nos seio esquerdo e 3 no direito. Lembro que a médica que fez a eco foi a mesma que as da gravidez. Ela me falou que essa dificuldade era mais comum do que eu imaginava e que tinha outras formas de alimentar a minha filha.
Voltei mais aliviada pra casa. Pedi meu marido que comprasse um lata de leite na farmácia. Ele me olhou e perguntou se eu tinha certeza. Soltei os cachorros em cima dele. Será que ninguém no mundo, nem ele, poderia me apoiar 100%? Ele foi e quando ele voltou fiz a mamadeira e Alice mamou muito. Aos poucos fui voltando a ter lucidez. Fui me sentindo feliz de novo e comecei a me sentir mãe.
Voltei pro meu antigo ginecologista e quando contei tudo o que tinha acontecido ele me explicou que a glândula que manda a informação para fabricar o leite, a hipófise, não sabe diferenciar pra qual seio mandar mais ou menos leite. Ela envia o sinal igual. Independente de amamentar em só um seio ou nos dois. Me perguntei porque deixei de ir lá. Me perguntei porque as pessoas são tão radicais, intolerantes e donas da verdade. Me senti enganada.
Mas o que eu posso tirar de bom de tudo isso? Primeiro que me fortaleci como pessoa, como mãe e como mulher. Apesar de não saber se conseguirei amamentar um próximo filho, tenho certeza que vou fazer tudo diferente. Vou me preparar pra amamentar sim, mesmo o meu médico dizendo que será muito difícil. E também vou me preparar para não amamentar, caso aconteça. É muito fácil julgar as atitudes quando não passamos por ela. Hoje em dia esse tipo de julgamento não me abala. Difícil é passar pelo que passei e estar aqui inteira, com uma filha super inteligente, saudável e amorosa.
Minha intenção em divulgar a minha história, é de que mulheres que estão passando pelo que passei não se sintam fragilizadas por isso e também em alertar á aquelas que estão gestantes que a bolha cor de rosa fura e que na vida real é tudo mais intenso, verdadeiro e porque não doloroso.

História enviada pela Tathy, a mamãe da Alice