O João mamou pela primeira vez, minutos depois de nascer, estávamos os três (papai, mamãe e bebê) na mini-piscina do parto (que no final não foi usada para o parto), quando a parteira falou que eu colocasse o João entre meus seios... enquanto ela ia explicando que essa era uma boa maneira de que ele encontrasse a “posição correta” mas que demorava um pouco para que o instinto blábláblá,... antes de acabar a explicação, entre cabeçadas e cabeçadas, o pequeno já tinha encontrado o caminho e desfrutava feliz do seu mamá.
Foi lindo! ... Mas me lembro dos ombros tensos, de não saber como segura-lo, de não ter certeza se ele tinha acertado a pega, se eu já tinha leite e outras tantas duvidas. As parteiras, me ajudaram a relaxar o ombro e os braços, conferiram a pega e me deixaram tranqüila e confiante.
Os 3 primeiros dias foram relativamente fáceis, eu seguia as dicas que tinha aprendido no curso pré-parto: amamentar a livre demanda, esvaziar primeiro um peito para oferecer o outro, que o momento mamar seja um momento relaxado, de preferência sem interferências externas, depois de cada mamada deixar secar o peito com algumas gotas do próprio leite... tudo ia bem...
As dificuldades começaram aparecer com a subida do leite, aqui na Espanha falam que quando o leite sobe os ânimos baixam, e depois de acontecer comigo, entendia um pouco o porque. Eu estava ligeiramente febril, meus peitos pareciam que iam explodir, estavam enormes, duros e doloridos, só de imaginar que era hora de amamentar de novo, meus olhos já enchiam de lagrimas, foi quando recorremos uma vez mais ao SOS Amamentação (as parteiras), eu queria comprar uma bombinha para retirar todo aquele leite que sobrava visivelmente, mas ela foi totalmente contra, porque ao tirar o leite, o peito aumenta a produção, pode aliviar durante um tempo, mas cada vez o peito enche mais... e me recomendou uma coisa muito curiosa, folhas de couve: separar as folhas, tirar o talo central amassar e colocar dentro do soutien, nos intervalos da mamada. E acreditem: Funciona! No dia seguinte os peitos voltaram a ter um tamanho (e uma consistência, haha) um pouco mais normal.
(para os assépticos compressa de água FRIA também ajuda).
Depois vieram as pequenas fissuras, o peito não chegou a rachar porque nos primeiros sinais de dor, eu sabia que alguma coisa estava errada, e mais uma vez pedi socorro e mesmo buscando soluções rapidamente foram 2 ou 3 dias de amamentar sentindo dor, (que difícil!) mas com a pomada (lasinoh) e variando as posições para acertar a pega, as fissuras foram cicatrizando e em pouco tempo já desfrutávamos desse momento de conexão única da mamãe e o bebê.
Já me disseram que tive sorte de nao ter leite fraco, do João gostar de mamar e de não ter tido maiores problemas. Eu, particularmente acho que essa "sorte" é fruto da nossa preparação para a chegada do João. De ter me informado antes do parto sobre o aleitamento, de ter aprendido e acreditado que a maioria da maioria das mulheres podem amamentar seus filhos, que não existe leite fraco, que o recém nascido necessita mamar frequentemente, que existem sim as dificuldades iniciais, e outros problemas, mas a MAIORIA desses podem ser solucionados e que amamentar pode ser extremamente prazeroso.
Outro fator importante foi que tive ao meu lado uma equipe campeã: meu marido, minha mãe, minha sogra e as parteiras que me apoiaram, me instruíram e que me deram o privilegio de estar tranqüila durante o primeiro mês do João, sem ter que me preocupar com nada alem de me alimentar, descansar, amamentar e maternar o meu pequeno Astronauta.
Amamentei de forma exclusiva e a livre demanda, até os 6 meses, quando começamos de forma gradual a alimentação complementaria. Quando ele tinha mais ou menos 9 meses começaram as sugestões de porque, como e quando desmamar, mas conseguimos superar essa crise, e seguir desfrutando do nosso momento 5 estrelas do dia.
Em resumo cada cabeça é um mundo e não dá pra agradar a gregos e troianos, amamentar ou não e até quando é decisão de cada um. O importante é que essa decisão seja tomada com consciencia, informação e responsabilidade.
3 comentários:
Ê! Estava aguardando ansiosa seu relato!! hehehe! você guardou pro finzinho... malandra!
Nossa história é bem parecida, do parto à amamentação. Queria muito a banheira também, mas não deu tempo de montar... hehehe... Caio nos pegou de surpresa!
Adorei seu relato, pois dá várias informações consistentes sobre os primeiros momentos da amamentação, deixa clara sua posição em relação a forma de enfrentar os problemas, informa e emociona! Lindo.
Pra mim a bombinha funcionou... mas compressas de água fria foram fundamentais!! Essa da couve foi novidade... já tinha ouvido falar de casca de banana pra rachaduras... hehehe!
A foto é incrível também!!! Depois quero conversar mais contigo sobre teu parto, tenho uma amiga querida que está estudando partos humanizados e domicilares e vai fazer um sanduíche aí na Espanha, quero muito que ela te conheça!!!
Postei tua dica já! Ficou lindo com a foto, super obrigada, viu!!!
grande beijo (eu e meus comentários gigantes....)
Oi, Flávia, linda a sua história. E essa foto, então? Parabéns!
E pode linkar o meu relato sim, lógico!
Beijos e parabéns pela sua atitude de reunir tantas histórias. Esses relatos ajudam muito mais do que simplesmente mostrar a Claudia Leite linda, magra e sorridente com seu bebezinho no peito. Esse momento feliz chega, sim, mas é importante que as novas mães saibam que podem ter algumas dificuldades no começo e que devem persistir.
Beijos,
Roberta
Tb estava esperando a sua e adorei! Realmente cada um sabe o que é melhor pra si e pra sua família e confesso que esses palpites me incomodam demais!
A foto está linda! Emocionante.
Parabéns pela sua família linda e também pela idéia linda que teve nessa semana. Foi muito especial ler tantas histórias, tantas famílias diferentes e principalmente tanto amor que as mamães e papais demonstram pelos pequenos, das maneiras mais variadas. Foi incrível.
Parabéns mais uma vez e um beijo enorme, Re
Postar um comentário