sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Alessandra e Isadora

Sempre quis dar de mamar até os 2 anos da minha bebê.
Antes de ser mãe, via as mulheres amamentando e pensava que era fácil, que o bebê pegava o seio automaticamente e começava a mamar.
Não entendia por que tantas mulheres reclamavam de dificuldades na amamentação.
Quando estava grávida, sentia dor nos seios. A sensação era de pele esticando, parecia que ia rasgar, um desconforto enorme que aliviava com uma pomada específica receitada pela obstetra. Procurava pegar sol e dava banhos de luz nos seios. Aos 8 meses comecei a usar conchas.
Isadora nasceu e a primeira coisa que fizeram foi colocá-la no peito para mamar. Ao contrário do que imaginava, ela não saiu mamando. Tinha que ajeitar, segurar o mamilo, colocar na boquinha dela, etc. Quando ela se mexia, soltava o seio.
Comecei a pedir informações para as enfermeiras e cada uma dava uma orientação diferente da outra me deixando mais confusa. Minhas dúvidas eram sobre tempo de amamentação em cada mama, quando trocar, como segurar o seio, como fazer com que ela não soltasse o mamilo e outras que nem me lembro.
Chegando em casa, as dificuldades continuaram e fui buscar na internet mais informações. Tentava colocar em prática e não dava certo: ela soltava o seio, não saía leite suficiente quando ela mamava, ao mesmo tempo as conchas enchiam e o leite ia fora; o leite endurecido fazia os seios doerem, os mamilos ficavam machucados. As conchas foram salvadoras, porque evitavam o contato da pele com o sutiã, permitindo a cicatrização. Minha mãe queria ensinar como fazer, só que o que ela dizia era diferente do que eu lia e preferi dar atenção às teorias. Outro motivo foi que eu queria fazer tudo sozinha, testar a minha maneira de ser mãe.
Só que o tempo passava e as dificuldades continuavam. Na consulta de 1 mês, ela havia perdido peso porque não estava mamando o suficiente, mesmo eu tendo muito leite.
Então resolvi dar ouvidos à minha mãe e, além disso, tirar leite e dar na chuquinha. A Isa mamava no seio e depois na chuquinha. Coloquei as teorias e dúvidas de lado, eu já as tinha demais. Fiz como minha mãe disse...e não é que deu certo? \o/ Não foi à toa que ela amamentou quatro filhos.
Logo Isadora e eu pegamos o jeito, deixei de dar leite na chuquinha porque ela mamava bem nos meus seios, recuperou o peso e daí em diante só engordou.
EM NENHUM MOMENTO DESISTI DE AMAMENTAR porque sabia do valor do ato para nós duas. Amamentação não é importante só para a criança, nem se resume ao aspecto nutricional. Ela fortalece o vínculo entre mãe e filha, cria uma intimidade única, dá conforto para o bebê,...é amor em forma de leite! O olhar dela pra mim quando mama desperta um sentimento impossível de expressar em palavras.

Foi muito difícil, e valeu a pena!

Hoje Isadora está com um ano e três meses e ainda mama no peito; não pegou mamadeira nem chupeta. Consigo amamentá-la onde e quando quiser, tamanha a prática que adquirimos. O leite está sempre pronto e na temperatura ideal, é prático demais!
Isa está começando a falar. Nas nossas conversas, antes de mamar brinco perguntando qual seio ela quer. Ela aponta com o dedinho gordo e diz: "exi!"

Então somos felizes!

3 comentários:

Ana Paula disse...

que relato mais bonito!
Amamentar é mesmo tudo isso que vc falou!
Parabéns!

Anonymous disse...

Que sorte a tua de que tua mãe tenha amamentado. A minha não "tinha leite" e durante todo o tempo que eu amamentei ela me questionou da qualidade e quantidade do meu leite.

Muito bonita a tua história!

Elisabeth Pessoa disse...

Minha mãe tambem foi meu apoio durante a primeira fase dificil de amamentar.

Tambem tive a ajuda de uma grande amiga, e conselheira, se não fosse por elas, certamente tinha desmamado desde a primeira fissura no peito.

Parabéns!