sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Cris, Luana e Lucas

Vou contar como tudo começou.
Eu só tinha 20 anos quando a Luana chegou em minha vida. Durante a gestação dela, tentei ler o máximo de livros que pude sobre amamentação.
Sempre achei que seria uma experiência mágica, de troca, de amor. E foi.
Na maternidade, ainda muito inexperiente sobre tudo o que me cercava, pedi que não fosse dado nada a Luana, enquanto ela ficava no berçário.
Luana chegou no quarto e nós duas não sabíamos muito como fazer, sinceramente. Luana parecia não ter fome, a pega não estava errada, ela simplesmente não pegava.
O que me deixava frustrada e pensativa, pois eu achava que eu estava errando. Antes que começassem as 'sugestões', meu marido comprou o bico de silicone, para o peito, e uma bombinha de extração, pois eu tinha leite demasiadamente e a pequena não estava ainda 'se lambuzando'.
Com 24hs de vida eu pensei: hoje ela vai ter que sentir fome. Já estava com os utensílios esterilizados. Meu marido baixou as luzes do quarto, e trocou as fraldas da pequena, para que ela despertasse bem. Logo ela começou a chorar, incomodada por estarem mexendo nela. Foi aí que, só com a fraldinha, coloquei ela encostada no meu corpo e a ajudei a encaixar bem a boquinha no bico (ainda com silicone). Ela começou a mamar. Que delícia. Eu fiquei emocionada. Esperava aquele momento, durante a gestação.
E, foi assim que começamos nossa história de amor e troca. Depois da primeira mamada, Luana começou a acordar para 'pedir o mama', mas quando eu tentava sem o bico de silicone ela não conseguia. Usamos ele por 7 dias exatos. Optei pela amamentação em livre demanda, não tínhamos horário fixo, sempre que ela pedia, ela tinha. Foram 6 meses de amamentação exclusiva. A pediatra respeitou a minha vontade de postergar a entra da de sólidos após o 6º mês. Ela crescia e engordava muito bem.
Depois do 6º mês, ela continuou mamando no peito, sempre que solicitava. E comia bem as frutas e papas salgadas.
E rolou com muita naturalidade a nossa experiência. Ela mamou até os 13 meses, quando eu parei de produzir leite em grande quantidade. Até fiz alguns estímulos, mas ela mesma desmamou sozinha. Sentia falta das nossas mamadas, mas ela não tinha mais interesse. Respeitei.
Quando ela tinha 1 ano e 11 meses, descobrimos que teríamos outro bebê. A idéia continuava a mesma. Nada de leite artificial na maternidade, leite em livre demanda, sem rigidez de horários e até o 6º mês exclusivamente.
Mas, não deu certo. Lucas nasceu e novamente minha vontade foi respeitada, ele só mamou no peito. Não precisamos do bico de silicone para nos auxiliar. Porém, com 1 mês de idade, foi diagnosticado com refluxo intenso. Começamos com as medicações e seguimos com o peito, mas não resolvia, ele continua com muito refluxo. Trocamos as medicações, mas nada o ajudava. Mudávamos o jeito de dar mama, de pegá-lo. E ele continuava colocando toda a mamada pra fora, e depois chorava muito. Com 1 mês e 15 dias ele entrou com NAN AR, infelizmente. Melhorou muito. E seguia mamando no peito.
Mas, como a frequência do NAN deveria ser maior que o peito, para que voltasse menos leite e ele conseguisse ganhar o peso adequado, com 3 meses e 15 dias ele desmamou. Não queria mais meu leite, e eu já não tinha muito leite para oferecer.
Agora, estamos tentando nosso 3º bebê e seguimos com a idéia de que o melhor para o bebê é o leite materno, amamentar é um ato de amor. É uma das melhores sensações que já experimentei. E, com certeza, terei oportuinidade de experimentar novamente, exclusivamente, livremente.
Eu amamento, porque eu amo.



História enviada por Cris - mãe dos Lus-

5 comentários:

Cris, mãe dos Lus disse...

Nem preciso dizer que cada história me emociona. Mas ler a minha me deixou daquele jeito...
Ainda mais pra uma mamãe tentante, emoções a flor da pele.
Amamentem!
Obrigada, Flávia!

Mãe do Pitoco disse...

Flávia, mais uma vez parabéns pela campanha de blogagem coletiva e parabéns a todas as mamães que estão abrindo seu coração por aqui. São histórias maravlhosas.

Respondi à sua pergunta lá no meu blog e respondo aqui tb:

Desde que ele fez 8 meses, acorda muitas, muitas, muitas vezes à noite. Então já são quase 2 meses nesta agonia. Para facilitar um pouco e mamãe aqui dormir um pouco mais, resolvi colocar o colchonete dele no chão, ao lado de nossa cama, assim quando ele acorda, eu desço da minha cama direto para o colchonete dele, estico o mamá e pronto! Logo ele dorme e eu tb! hihi A tarde, não desmonto o esquema. Fica o colchonete ali mesmo e, quando acorda, é só levantar. Antes ele chorava quando acordava, agora ele já vem em direção a mim, em qq lugar da casa em que esteja. hehehe Boa sorte na compra da caminha, mas que tal foutons? Dizem que eles se adaptam melhor, ou então colchonetes simples mesmo. O que vale é eles dormirem bem, né? Beijocas.

Flavia disse...

Cris,

com tanta história as vezes nem dá tempo pra comentar direito.
Adorei teu relato, fiquei admirada com tua determinação de amamentar a Luana, sendo você tão jovem. Parabéns!
E pro terceiro... nossa! que animada! risos. Com certeza vai dar tudo certo!

A foto reflete a familia bonita que vc tem.

um beijo e muito obrigada!

Thaís Rosa disse...

é... mesmo uma mãe experiente pode sofrer com a amamentação... nunca tinha pensado nisso.
boa sorte com o terceiro, adorei o "fantástico mundo dos lus"!! hehehe!
beijo

Sinthia disse...

Muito legal Cris, isso prova que mesmo que tentemos, nenhum filho é igual ao outro e nos alegramos de qualquer jeito.
Beijos